14/01/2015 - 18:00
O ano de 2014 foi magro para a poupança. A captação líquida, medida pela diferença entre as aplicações e os resgates, foi de R$ 24 bilhões, ante saldo de R$ 71 bilhões em 2013. O principal motivo é a queda no rendimento real. A remuneração (que é isenta de Imposto de Renda) ficou em 7,08% no ano passado e revelou-se pouco atrativa, tendo em vista uma inflação de 6,41%. A boa notícia é que a dieta do porquinho gera novas oportunidades para o investidor financeiro na área imobiliária, especialmente nas Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e nos Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI).
No ano passado, as LCI renderam em média 10,8%, 50% mais que a poupança e 3,3 pontos percentuais acima da inflação. Esse ganho extra vem atraindo muitos investidores. Entre janeiro e novembro de 2014, o estoque de LCI aumentou 48,3%, para R$ 143,3 bilhões, seguindo-se a um crescimento de 55,1% em 2013. A poupança, por sua vez, tem depósitos de R$ 602 bilhões. Segundo Fernando Katsonis, da consultoria de investimentos Lifeinvest, 2015 será também um ano propício para as letras imobiliárias. Os prognósticos são de rentabilidade média de 90% da taxa Selic, ou 10,7% ao ano, desde que a atual isenção fiscal desfrutada pelos investidores continue existindo.
Os CRI também prometem bons ganhos em 2015. Papéis lastreados por créditos garantidos por imóveis, eles destinam-se a investidores qualificados, com mais de R$ 1 milhão para aplicar. São títulos longos, de até 15 anos, que têm pago prêmios de 4% a 6% ao ano acima da inflação, e também são isentos de imposto por enquanto. Os lançamentos caíram 67% no ano passado. Recuaram de R$ 16,6 bilhões em 2013 para R$ 5,4 bilhões entre janeiro e outubro, devido às incertezas com as eleições Para este ano, o prognóstico é melhor.
“Há várias emissões previstas para o primeiro semestre”, diz Vicente Nogueira, sócio-diretor da Habitasec Securitizadora, que prepara cinco operações a ser lançadas até o fim de fevereiro. A isenção fiscal, por[em, pode estar com os dias contados. No discurso de posse, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tratou da tributação sobre os investimentos. “Possíveis ajustes de tributos serão considerados para estimular a poupança doméstica e corrigir desbalanceamentos tributários entre os setores”, disse Levy. Mais de um especialista avalia a possibilidade de o governo vir a tributar os rendimentos dos títulos imobiliários e também das Letras de Crédito do Agronegócio (LCA).