Alguns o definem como empresário e pecuarista. Ele se autoproclama o ?rei da noite?. Mas a verdade é que Oscar Maroni Neto faz fortuna explorando o que o mercado chama de ?entretenimento adulto?, um segmento que movimenta cerca de R$ 400 milhões anuais no Brasil. Maroni é dono do Bahamas American Bar, o inferninho mais famoso e exclusivista de São Paulo. O lugar é freqüentado diariamente por 300 homens e 150 mulheres. Lá dentro, negociam-se encontros íntimos que podem ser consumados ali mesmo ou não. O empresário diz não ter nada com isso. ?Ser proprietário de casa noturna não é proibido. De motel e restaurante também não. Eu tenho tudo isso num lugar só. O que os clientes fazem não é da minha conta. Se for sexo, acho ótimo?, explica. O rei da noite parte agora para seu mais ousado projeto. No final deste ano inaugura o Oscar?s Hotel. O empreendimento terá 13 andares, 221 apartamentos, três restaurantes, decoração do festejado Sig Bergamin, um espaço de 4 mil m2 destinado a leilões e exposições de gado e, claro, um museu do sexo. Custo do hotel: R$ 25 milhões ? 40% financiado pelo BNDES e o resto pelo próprio Maroni.

Aos 51 anos, psicólogo, religioso de citar a Bíblia, vaidoso (acaba de tirar seis litros de gordura numa sessão de lipoaspiração), Maroni virou uma espécie de Larry Flint brasileiro, aquele pornógrafo americano que fundou a revista Hustler. Assim como Flint, Maroni tem sua publicação ? representa a Penthouse no Brasil ? e também chegou a ser preso. Passou 63 dias do ano de 1998 na cadeia, acusado de promover a prostituição. ?Foram os piores dias de minha vida?, conta. ?Mas nunca conseguiram provar nada, tanto que fui absolvido.?

Do Bahamas, o ?centro de entretenimento adulto?, ele diz tirar quase a metade de seu faturamento anual de R$ 13 milhões. O restante vem das outras três empresas do grupo: a revista Penthouse (tiragem de 60 mil exemplares por mês), o portal OW e a fazenda Santa Cecília. Na propriedade de 1.780 hectares localizada em Araçatuba (SP), Maroni cria 8 mil cabeças de gado. ?Ganho muito dinheiro também com o patrimônio genético que estou formando?, conta. Maroni chega a pagar R$ 45 mil numa única vaca de elite. Depois, a insemina artificialmente e vende os seus 10 ou 12 embriões por R$ 15 mil cada um. ?Sou um cara esperto pra burro?, diz. Mas Maroni acha que ainda há espaço ocioso na fazenda. Planeja ocupá-lo com um resort que terá parque temático e hotel.

São planos para o ano que vem, porque, por enquanto, ele só tem olhos para o Oscar?s Hotel. Todas as madrugadas, ao deixar o Bahamas, o empresário faz um tour pelas obras de seu hotel e sonha com o dia em que duas modelos estarão nos elevadores panorâmicos ?fazendo caras e bocas para os hóspedes?. ?Mas isso só depois das dez da noite, porque quero que o Oscar?s seja freqüentado por famílias também?, avisa. O grosso da clientela, porém, será de executivos solitários em viagem de negócio. Não por acaso o hotel está sendo erguido a alguns passos do Bahamas.

O homem que começou a ganhar a vida vendendo cachorro-quente na lanchonete da Faculdade Objetivo, hoje está milionário. Só na garagem do prédio onde mora (numa cobertura duplex de 400 m2) está estacionado mais de meio milhão de reais. São cinco motocicletas, uma Mercedes S500 de R$ 300 mil e um Jaguar S-Type de R$ 200 mil. Excêntrico e falastrão, Maroni adora fazer o estilo polêmico. ?Posso ser cafajeste, mas nunca fui hipócrita? é uma de suas frases preferidas, das quais a maioria é impublicável. O empresário diz que em breve terá programa em rádio e televisão ? para falar de sexo, é claro. Também tem planos de abrir uma churrascaria especializada em ?cortes especiais? (javali, avestruz e capivara).