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Pode parecer clichê, soar arrogante, mas a aparência é crucial para quem lida com público e, principalmente, trabalha em ambientes mais conservadores. Afinal, o bom e velho terno, a camisa social e a tradicional gravata dizem muito sobre a pessoa. Não é, portanto, preciso muito para está saindo do armário direto para o mercado financeiro?, atesta.

De olho nessa tendência, grifes como Giorgio Armani, Ermenegildo Zegna, Gucci, Ralph Lauren, Daslu, entre outros ícones da moda masculina, não deixam a gravata de bolinhas faltar nas vitrines. ?É um modelo de descobrir qual é o modelo de gravata eleito pelo mercado financeiro. Tempos atrás, as lisas imperavam, depois chegou a vez das cores fortes como a púrpura, agora um dos maiores clássicos voltou com tudo: a gravata de bolinha. Recentemente, ao anunciar que deixaria a presidência do Banco Mundial, o americano Paul Wolfowitz apareceu com um modelo azul cravado de bolinhas brancas. No Brasil, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, também surgiu com um exemplar de bolinhas e, logo depois, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, fez o mesmo.

 

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CLÁSSICO ATUAL:

a tradicional gravata com pontos brancos foi repaginada e hoje surge em exemplares mais descontraídos com bolinhas em cores como verde, vermelho, azul, entre outras

 

?A gravata chamada de poá (derivada do francês pois) é um clássico?, diz o estilista Mario Queiroz, coordenador do curso de moda da universidade paulistana Anhembi Morumbi. ?Ela gravata muito vendido, ela diferencia o perfil do consumidor?, afirma Artemísia Machado, gerente de moda masculina da Daslu. ?Esse modelo de gravata simboliza um cliente clássico e conservador que não corre o risco de errar em suas roupas?, explica o estilista Ricardo Almeida. O alfaiate João Carlos Camargo, da Camargo Alfaiataria, vai além. ?Essa gravata reflete a personalidade de um executivo com muito bom gosto e alto-astral?, diz ele. Esse bom gosto, entretanto, custa caro.

Uma gravata poá de excelente qualidade não sai por menos de R$ 300. É o preço que se paga para estar alinhado com a tendência que impera no mercado financeiro.