15/08/2014 - 20:00
Aos 58 anos, o bilionário Steve Ballmer, ex-CEO da Microsoft, está com fome de bola. Literalmente. Na terça-feira 12, ele torrou US$ 2 bilhões – um décimo de sua fortuna – na compra do Los Angeles Clippers, time de basquete conhecido por estar sempre na lanterna do campeonato da NBA, a liga do esporte mais famosa do mundo. Nunca ninguém gastou tanto nesse negócio como Ballmer. Chega a ser irônico que logo ele – que durante décadas lidou tranquilamente com o apelido de Mr. Monkey Boy, por causa de suas notórias macaquices nas apresentações da companhia de Bill Gates – tenha levado a melhor na partida que expulsou o dono anterior do LA Clippers, um advogado acusado de racismo.
No basquete, assim como no futebol e fora das quadras, racismo é crime imperdoável, e o empresário Donald Sterling, 80 anos, levou cartão vermelho para sempre. Tudo começou em abril, quando um site americano de fofocas postou um áudio que registrava uma briga entre Sterling e V. Stiviano, sua namorada de 31 anos, descendente de latinos e africanos. A moça postara fotos na rede social Instagram ao lado de negros – entre eles Magic Johnson, um dos maiores astros do basquete. Sterling ficou furioso: “Não traga mais negros para assistir meus jogos”.
Em represália às declarações, a NBA o suspendeu do comando do LA Clippers. Na semana passada, a Justiça americana autorizou a compra do time por Ballmer e pôs um fim ao reinado mais longo de todas as franquias da NBA. Sterling foi dono do LA Clippers durante 33 anos. Terá Ballmer feito uma cesta de três pontos ou jogado uma bolada fora? O ex-CEO da Microsoft já deixou muitos investidores de cabelo em pé com decisões controversas.
Em 2000, comprou 22% da provedora de tevê a cabo Telewest por US$ 2,6 bilhões. Após três anos, a participação foi vendida por US$ 5 milhões. Em 2007, pagou US$ 6,3 bilhões na empresa de anúncios digitais aQuantative. Cinco anos depois, a companhia não tinha mais valor de mercado. Ballmer, entretanto, está animado com sua nova aquisição. “É claro que foi um valor alto, mas estou acostumado a comprar empresas de tecnologia por altos valores e com altos riscos. Não parece a coisa mais louca que já fiz”, afirmou. Ao menos, agora, o dinheiro é só dele.