12/04/2013 - 21:00
O empresário Eike Batista é tido como um carioca da gema, tamanha é a sua ligação com a cidade do Rio de Janeiro, sede de suas empresas, reunidas na holding EBX. Na verdade, ele nasceu em Governador Valadares (MG) onde passou boa parte de sua infância ao lado dos seis irmãos. Mas os aspectos da cultura mineira nunca deixaram de fazer parte do dia a dia do clã Batista. E quem representa essa vertente é Monika Batista, 54 anos, caçula do patriarca Eliezer Batista e de sua mulher, a alemã Jutta Fuhrken. Nos Estados Unidos desde 2003, Monika usou uma das mais famosas iguarias mineiras como plataforma de sua Mãní Snacks, que produz pão de queijo congelado.
Receita global: o produto está sendo vendido em mercados de São Francisco
O produto é vendido em embalagens de 20 unidades para os supermercados de São Francisco, na Califórnia. A empresa surgiu com o objetivo de capturar o sucesso que a iguaria fazia nas reuniões promovidas pela empresária, em sua residência, apelidada de “a casa do pão de queijo”. Ao contrário do irmão mais velho, Monika foge dos holofotes. Procurada por DINHEIRO, ela disse que “valoriza permanecer anônima” e que “a companhia – planejada e lançada sem nenhum vínculo com a família – funciona hoje por mérito próprio.” A empresa surgiu em 2010, em parceria com Scott Richards, executivo de empresas de tecnologia baseadas na região do Vale do Silício.
Para tornar a marca conhecida, ela promoveu degustações do produto em supermercados e até em badaladas lojas de departamento, como a Macy’s. Embora a empresa ainda seja uma startup, Monika tem ambições elevadas, um traço comum dos Batista, e sonha crescer no segmento de comidas congeladas, que movimentou US$ 34 bilhões em 2012 nos Estados Unidos. De acordo com o professor de comércio exterior da filial mineira do IBMEC, Frederico Martini, uma das fórmulas de popularizar a receita nos Estados Unidos é apostar na colônia brasileira.
“Eles constituem um público cativo do pão de queijo onde quer que estejam”, diz Martini. Monika também corteja os americanos. Para isso, estampou na embalagem do produto uma forma de ajudá-los a falar corretamente o nome da iguaria: pown-deh-kay-zho. Também criou uma lista de sabores: original (o legítimo, só com queijo), pizza e jalapeño (apimentado), mais adaptado ao paladar local. Arquiteta com passagens por estúdios de paisagismo no Brasil e no Japão, Monika resolveu se mudar para São Francisco há dez anos, depois da morte de sua mãe.