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OBRA-PRIMA: barco foi construído pelo famoso estaleiro italiano Perini Navi

 

O americano Tom Perkins, de 75 anos, é considerado um dos grandes visionários do Vale do Silício, a região da Califórnia onde os mega, giga e terabites são transformados em bilhões de dólares da noite para o dia. Ele não é um gênio como Bill Gates, que transformou a Microsoft em uma potência da tecnologia, ou Steve Jobs, que, à frente da Apple, mudou o comportamento de consumo das pessoas com suas traquitanas como iPod, iPhone e sabe-se lá o que mais virá pela frente. A genialidade de Perkins é traduzida em suas apostas certeiras. No comando da Kleiner Perkins Caufield & Byers, uma empresa de venture capital, que investe em companhias em estágio embrionário para lucrar no futuro, ele ajudou a criar empresas como Genentech, Netscape e a poderosa Google. Com tanto dinheiro no bolso, o magnata resolveu usufruir de seu patrimônio de uma maneira muito usual no mundo dos super-ricos: mandou construir o maior e mais moderno veleiro particular do planeta. De uma vez só, tirou US$ 130 milhões do bolso, batizou sua embarcação de Falcon Maltese (Falcão Maltês) e, de certa forma, mandou um recado para seus pares no mundo da tecnologia. Algo como ?o meu é maior que o seu?.

 

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SUÍTE DO CAPITÃO: o quarto principal usa mármore e ébano. Ele tem escritório, obras de arte e tela de plasma

 

Ele não disse isso literalmente, mas um livro de autoria do escritor David Kaplan, recém-lançado nos Estados Unidos pela editora HarperCollins, revela com todas as letras. O nome da publicação é Mine?s Bigger: Tom Perkins and the Making of the Greatest Sailing Machine Ever Built (O meu é maior: Tom Perkins e a fabricação da mais incrível máquina de navegação jamais construída). O Falcão Maltês é, de fato, fantástico. Construído pelo estaleiro italiano Perini Navi, na cidade de Tuzla, na Turquia, ele tem 289 pés, o equivalente a 88 metros de extensão, e é considerado o veleiro mais moderno dos últimos 150 anos. Isso porque ele foi o primeiro a tornar realidade o sistema DynaRig, criado na década de 60 pelo designer holandês Gerald Dijkstra como protótipo. O sistema usa mastros independentes que ajustam o barco e o põem em curso. O Falcão Maltês conta com três mastros que, dotados de sensores, calculam e se ajustam automaticamente ao rumo dos ventos. Da popa à proa, não encontra-se o emaranhado de cordas e redes. Para içar os 2,4 mil metros quadrados de vela, são usados 60 motores e para enrolar o tecido são necessários mais 15 pequenos motores.

 

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FALCÃO MALTÊS: no detalhe ao lado, vê-se o objeto do desejo do filme estrelado pelo ator Humphrey Bogart

 

A embarcação é uma jóia equiparada à estátua que é alvo de cobiça no filme O Falcão Maltês, um clássico do cinema estrelado, em 1941, por Humphrey Bogart. Na produção de Hollywood, todos querem roubar a estátua de um falcão coberta de ouro e recheada de jóias. O barco, por sua vez, é recheado de tecnologia. Produzido em fibra de carbono, tudo é controlado por computadores. Uma rede de fibra óptica está conectada nos mastros para medir o nível de estresse em relação aos ventos e cabos quase invisíveis estão espalhados para fornecer informações em tempo real à tripulação.

 

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SALA DE ESTAR: além de vista panorâmica para o mar, ela conta com sistema de som da marca dinamarquesa Bang & Olufsen

 

O barco também é luxuoso. Os 12 hóspedes e os 16 integrantes da tripulação encontrarão seis confortáveis suítes com telas de plasma. Há ainda salas de ginástica, de jantar, de estar e sistema de som da Bang & Olufsen. O Falcão Maltês é dotado de quatro barcos a vela da categoria Laser, lancha de 14 pés e jetskis ? como Perkins ordenou. Mas não é preciso ser convidado para desfrutar do barco. Em alguns meses do ano, o Falcão Maltês é alugado. Preço da semana: 350 mil euros.