Esqueça as agruras representadas pelos vienenses: o psicanalista Sigmund Freud, o pintor Gustav Klimt e o compositor Johan Strauss. Acabou o motivo para suas respectivas melancolias. A capital da Áustria acaba de ser eleita a cidade com o índice de qualidade de vida mais elevado do mundo.
 

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Um levantamento realizado pela consultoria Mercer, batizado de Pesquisa de Qualidade de Vida 2010, que cobriu 221 cidades ao redor dos cinco continentes, apontou Viena, na Áustria, como o melhor lugar para se viver. Para chegar a esse resultado, a pesquisa levou em consideração critérios que incluem análises da estabilidade política, segurança, educação, disponibilidade de bens de consumo, saúde e o ambiente sociocultural, entre outros.

O segundo e o terceiro lugar ficaram com Zurique e Genebra, ambos na Suíça. Já o pior lugar para se morar é Bagdá, no Iraque. Do Brasil, entraram no ranking as cidades de Brasília (104ª posição), Rio de Janeiro (116ª) e São Paulo (117ª). O objetivo da pesquisa foi dar uma base de comparação a empresas que enviam funcionários para outros países. ?Viena começou a ser planejada para uma população de mais de dois milhões de pessoas ainda antes da Primeira Guerra Mundial. Um século depois, ainda temos uma população de 1,5 milhão?, conta Hans-Peter Glanzer, embaixador da Áustria no Brasil.
 

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Cenas urbanas: o centro antigo da capital da Áustria (à esq.), parte interna da
igreja St. Stephens e a vista do rio Danúbio no verão

Além do planejamento, que resultou na alta qualidade de vida, Viena apresenta um grande leque de opções aos que visitam a capital. Somente na área urbana, são 280 parques e jardins públicos. Para o verão europeu que se inicia nesta época, estão programados diversos festivais de música e concertos ao ar livre.

Até outubro, todas as sextas e sábados, a igreja de St. Stephens, a primeira da cidade, construída em 1147, por exemplo, apresentará peças de Mozart, Bach e Schubert. Às terças-feiras, uma outra igreja, a Lichtental, também fará sessões de música clássica. Já para os modernos, o Festival de Jazz de Viena, que vai até 9 de julho e costuma atrair anualmente cerca de 60 mil visitantes, trará nomes como o americano Terry Callier e o britânico Jeff Beck, um dos maiores músicos da atualidade.

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No quesito arquitetura, o centro antigo foi tombado como patrimônio histórico pela Unesco. Ali, próximo ao Palácio Imperial, grifes de luxo como Hermès, Tiffany e Gucci fincaram suas bandeiras, transformando o centro em uma referência de compras de luxo na Áustria. Recentemente, em dezembro do ano passado, a Swarovski abriu uma loja de 1,2 mil metros quadrados.

 Já a parte nova da cidade conta com edifícios de Hans Hollein, ganhador do prêmio Pritzker em 1985. Mais de 30 prédios icônicos, entre eles a futurística Torre Saturno e o centro artístico da seguradora Generali são de assinatura de Hollein. Cenários inusitados de filme também estão abertos à visitação.

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Consumo de luxo: Em dezembro do ano passado a Swarovski abriu na cidade uma
das maiores lojas da rede, com 1,2 mil metros quadrados

A emocionante perseguição policial a Orson Welles no filme O terceiro homem (1949), que se passa no sistema de canais subterrâneos de Viena, pode ser repetida através de um passeio da empresa Third Man Tour. Para comer, Viena apresenta opções interessantes. É de lá o 21° melhor restaurante do mundo neste ano, eleito pela lista da S. Pellegrino. O Steirereck, do chef Heinz Reitbauer, é a cara da nova cozinha austríaca.

Os ingredientes são originários da fazenda do chef, e a carta de vinhos conta com nada menos que 35 mil rótulos e 120 opções de queijo.  ?Ao fazermos a lista, nosso objetivo não foi incentivar o turismo, mas fornecer informações aos que precisam mudar de país?, aponta Renata Herrera, da consultoria Mercer, que indiretamente vai propagar Viena pelo mundo. Afinal, uma cidade que se preocupa com a qualidade de vida, nos dias de hoje, merece estar incluída no roteiro de férias.

 

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