15/02/2006 - 8:00
O empresário e ex-tenista profissional Luis
Felipe Tavares, de 56 anos, o Ipe, largou as raquetes há muitos anos para se dedicar ao mundo do marketing esportivo. ?Tênis, hoje em dia, só para manter a forma física?, diz Tavares. Sua paixão atual, ele mesmo confirma, é com uma outra bolinha, a de golfe. ?Me divirto muito mais?. Mas basta uma conversa rápida para perceber que o esporte de Gustavo Küerten tem, sim, prioridade na vida de Tavares. Pelo menos quando se trata de negócios. Presidente da empresa de marketing esportivo Octagon Koch Tavares, ele é o idealizador e organizador do maior campeonato de tênis do País: o Brasil Open, que acontecerá de 18 a 25 de fevereiro na Costa do Sauípe, o super complexo hoteleiro na Bahia. Ali, estrelas do esporte mundial como os argentinos Guillermo Coria e Gaston Gaudio, o espanhol Carlos Moya e outros grandes nomes das quadras se enfrentarão em busca de um prêmio de US$ 52 mil para o campeão. ?O Brasil Open é o centro do tênis na América Latina?, diz Tavares. Prova disso é que, em 2004, o torneio, transmitido para 52 países, gerou R$ 122 milhões somente em mídia impressa espontânea. O segredo do campeonato, além da qualidade dos competidores, está no local onde é disputado.
A Costa do Sauípe, um dos maiores complexos hoteleiros do País, reúne o que há de melhor no turismo de luxo e proporciona comodidade aos jogadores. Se em torneios no exterior eles ficam hospedados longe das quadras, nos hotéis do litoral baiano os astros do tênis estão ao lado do jogo. Outro fator que faz do Brasil Open um torneio especial é a rede de relacionamentos empresariais que ele gera. Empresários e executivos convidados pelas marcas patrocinadoras como, por exemplo, o Banco do Brasil, fazem negócios à beira-mar. Para garantir conforto e segurança para os jogadores e os mais de 1 mil convidados, a logística é colossal. São mais de 1,5 mil pessoas envolvidas na segurança e atendimento aos hóspedes. Mas isso não é problema. ?O torneio ganhou o prêmio de excelência em organização da Associação dos Tenistas Profissionais?, diz Fernando Von Oertzen, diretor da Octagon Koch Tavares. A empresa, criada em 1972, tem larga experiência na organização e produção de grande eventos. O Koch é de Tomás Koch, o tenista brasileiro número 1 nos anos 70, sócio do negócio até o final daquela década. A Koch Tavares foi a pioneira em torneios como o de vôlei de praia e do futebol de areia. ?Somos a única empresa privada sócia da FIFA para torneios da modalidade?, diz Tavares.
A empresa é uma das mais respeitadas na área de marketing esportivo, um setor que movimenta US$ 250 bilhões só nos Estados Unidos e US$ 14 bilhões no Brasil. Tanto é que, em 2000, Tavares vendeu 49% de suas ações para a americana Octagon, braço do grupo Interpublic com faturamento estimado em US$ 300 milhões. Com isso, a companhia brasileira ganhou mais força para atuar no gerenciamento de carreiras de atletas, organizar eventos sob medida, trabalhar na área de licenciamento e desenvolver outros produtos ligados ao esporte. Trata-se de uma área com um grande potencial de crescimento. Estudos apontam que, para cada US$ 1 investido em uma competição esportiva, a empresa patrocinadora tenha um retorno de US$ 4 em vendas. ?Isso acontece porque é possível associar uma marca aos valores do esporte?, diz José Henrique Damiani, coordenador do MBA Marketing Champion, da Escola Superior de propaganda e Marketing. ?Passa-se a imagem de força, liderança, dedicação e treino?.