Amaioria dos grandes bancos de varejo perdeu a festa da Bovespa em 2005. O pregão movimentou R$ 401 bilhões, 31,9% a mais do que no ano anterior. O Itaú foi a exceção. É o único entre os líderes do varejo a aparecer com destaque no ranking das maiores corretoras da Bolsa. No ano passado, a Itaú Corretora saltou do quinto para o terceiro lugar nessa lista. O volume de negócios passou de R$ 30 bilhões para R$ 50 bilhões. Agora, ela só perde para a corretora Fator e a líder Ágora Senior, deixando bem para trás seu maior rival – a corretora do Bradesco amargou a 11ª posição.

A corretora da família Setubal contou com o apoio de um aliado incorporado ao grupo há três anos, o Itaú BBA. Maior banco de atacado do País, ele teve participação ativa nos últimos lançamentos de ações de empresas privadas. Isso abriu caminho para a corretora atuar na distribuição desses papéis, principalmente para investidores institucionais. ?Os analistas do BBA transmitiram sua experiência no mercado acionário para a equipe da corretora do Itaú?, observa Luís Miguel Santacreu, analista da Austin Rating. Outro fato foi o de que a corretora ganhou bons contratos de distribuição a partir do próprio banco. Na sua carteira de clientes, os negócios com grandes investidores, como fundos de pensão, registraram crescimento de 52% na comparação com 2004. Os institucionais passaram a representar 64% da clientela total.

A aproximação com os grandes acionistas, porém, não explica sozinha a ascensão no ranking da Bovespa. ?Apostamos forte nos estrangeiros?, acrescenta Roberto Nishikawa, presidente da corretora. A expansão internacional começou em 2002, quando foi inaugurado o escritório em Nova York. Um ano depois, fincou presença no centro financeiro de Londres. Assim posicionada, a Itaú estava bem à mão quando os estrangeiros abriram a carteira e aplicaram, em golpes pesados e simultâneos, R$ 5,9 bilhões em ações brasileiras. ?Chegou a hora de lucrar com essa estratégia?, diz Nishikawa. Os negócios com não residentes dispararam 41%. Diante do bom resultado, a corretora já sabe qual será seu próximo endereço no exterior. Abre, em março, uma filial em Hong Kong. O alvo são os investidores institucionais da Ásia.

Bem posicionada entre entre as duas categorias de investidores mais cobiçadas – os institucionais e os estrangeiros -, o desafio da Itaú Corretora, agora, é conquistar clientes individuais, que estão entrando aos bobortões no mercado. Para isso, está dinamizando suas ferramentas de home broker e contrantando profissionais no mercado.