16/03/2001 - 7:00
O território hoje dominado por Nike, Reebok e Adidas está prestes a ganhar um competidor de peso. A partir de abril a italiana Kappa começa a fazer no Brasil seus tênis esportivos. Boa parte da linha será produzida na nova fábrica de Venâncio Aires (RS). Para colocar os dois pés em um mercado que movimenta R$ 600 milhões por ano, o Grupo Clássico ? que detém os direitos da marca no País ? pretende investir R$ 10 milhões em 2001. Os recursos serão gastos em ações de marketing e no patrocínio de equipes de futebol (Vasco da Gama e Grêmio), para as quais já fornece o material esportivo. A aposta inclui ainda lançamentos no segmento sportwear (agasalhos, bonés, moletons). Tamanha movimentação está ligada a uma estratégia mais ambiciosa. ?Vamos fazer do Brasil uma plataforma de exportação?, diz Elvio Lupo Júnior, presidente da Fonthe, empresa do grupo Clássico encarregada de desenvolver a marca no País.
Apesar de ter nascido há quase cem anos, em Turim, a Kappa só ganhou projeção internacional a partir dos anos 80. Nessa época, patrocinou a equipe americana de atletismo em duas olimpíadas (Los Angeles e Seul), além do time Ajax, da Holanda. Outro momento marcante foi a troca do controle da grife, vendida em 1989 para o italiano Marco Boglioni. Essas ações fizeram da Kappa uma potência no segmento esportivo, cujas vendas somaram US$ 430 milhões no ano passado. O desembarque no Brasil, em 1993, se deu quase que por acaso. Na época, a companhia fornecia uniformes ao Barcelona, cuja principal estrela era Ronaldinho. A incrível procura pela camisa 9, vestida pelo brasileiro, aguçou o apetite da Kappa pelo Brasil. Os números da operação no País são mantidos em sigilo. Lupo Júnior diz apenas que as vendas, hoje, superam em três vezes o valor mínimo fixado no contrato. A meta agora é mostrar aos consumidores que a Kappa não é apenas uma fabricante de chuteiras ou camisas de futebol, mas sim uma marca forte na arena esportiva mundial.