O SÁBADO, 26, FOI CARREgado de simbologia para a grife americana 7 for all mankind ou apenas Seven. Nesta data, exatamente há um ano, a badalada marca de jeans, cultuada por artistas como Angelina Jolie e George Clooney, era vendida por US$ 775 milhões ao grupo VF Corporation, conglomerado que reúne ícones como Wrangler, Lee, Kipling e outros celebrados rótulos. O gigante da moda, dono de um faturamento de US$ 7,2 bilhões em 2007, queria transformar a jovem marca fundada em 2000 em uma empresa global, com tentáculos espalhados por todos os países. Passados 365 dias, pode-se dizer que a Seven mudou. Não no estilo. “As calças da marca têm uma modelagem especial e um caimento diferenciado”, diz a consultora de moda Manu Carvalho. O negócio, contudo, é outro. Se, em 2007, a grife faturou US$ 350 milhões vendendo suas roupas nas principais multimarcas do planeta, agora ela quer crescer com a abertura de lojas próprias. Até o fim do ano, serão 12 lojas nos Estados Unidos e outros pontos-de-venda em Dubai, Japão, Grécia, Portugal… O Brasil não ficou de fora do plano estratégico. Em setembro, a empresa inaugurará a sua primeira loja própria no País, no shopping Iguatemi, em São Paulo.

PONTO BADALADO: em Los Angeles, a loja (foto) é freqüentada por astros de Hollywood

O responsável pelo negócio é o empresário André Piedade, que já vendia calças da Seven na sua loja multimarca, a Jeans Hall, e distribuía a grife em outros 40 pontos no Brasil. “Vamos investir R$ 3 milhões nesse ponto”, diz Piedade. “Até o fim do ano, abriremos outra loja na Daslu.” Pode parecer um detalhe, mas uma loja monomarca faz toda a diferença para quem atua no varejo. Afinal, trata-se de um espaço no qual o cliente pode sentir a atmosfera da marca em cada canto. A grife, por sua vez, pode vender toda a gama de produtos e se comunicar com muito mais facilidade. Os planos de expansão também incluem as cidades de Brasília, Rio de Janeiro e Porto Alegre. “As grifes internacionais estão começando a enxergar o Brasil de outra forma”, diz Carlos Ferreirinha, diretor da MCF Consultoria & Conhecimento. “Elas estão percebendo que existem outros grandes mercados fora de São Paulo.” Mas não será uma tarefa fácil.

Nos novos pontos-de-venda, os clientes encontrarão desde as calças jeans até jaquetas, blusas, bolsas e acessórios. Acontece, contudo, que os preços praticados pela marca fogem do normal quando comparado aos de outros jeans. Uma calça, por exemplo, custa em média R$ 800. Para a VF Corporation, ao que parece, a Seven não serve de comparação com outras grifes de jeans. No site da empresa, enquanto Wrangler e Lee são classificadas como jeanswear, a 7 for all mankind surge como contemporânea. “A Seven é uma marca que busca estar associada à sofisticação e ao luxo”, diz Piedade.