01/08/2012 - 21:00
Nas últimas semanas, técnicos do Ministério da Fazenda têm estudado mudanças na tributação dos fundos DI e de renda fixa. A meta do governo é reduzir a parcela de títulos públicos pós-fixados nessas carteiras. Nos últimos anos, o Tesouro Nacional tem perseguido um aumento dos papéis prefixados na dívida, hoje em 39,5% do total. Cerca de 23,4% ainda são títulos pós-fixados corrigidos pela Selic, que tornam a política monetária menos eficaz e elevam o gasto com a dívida quando os juros sobem.
Após a mudança na poupança em junho, que retirou um obstáculo importante para a queda dos juros, o passo seguinte é reduzir a demanda pelos papéis pós-fixados. Parte disso já ocorreu. O rendimento dos títulos indexados à Selic caiu para 8% ao ano, ao passo que os papéis prefixados de dez anos estão pagando 9,5% ao ano. Além do diferencial de rentabilidade, as medidas devem alterar as alíquotas de imposto, beneficiando os fundos com 95% ou 100% de títulos prefixados em carteira. Para o investidor, o maior retorno, porém, terá a contrapartida de mais oscilações, pois os preços dos prefixados – assim como as cotas dos fundos – são mais sensíveis aos vagares da política monetária.