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FRANCISCO CORTEZ, DIRETOR: “Não queremos ser fashion. A intenção é vender conforto”

Em 1941, fascinado pelas histórias de Sansão, o herói bíblico que tinha uma força sobre-humana, o americano Jesse Shayder resolveu mudar o nome de sua empresa de malas, fundada em 1910, até então chamada de Schwayder Trunk. Como estava lançando uma linha de bagagens resistente, usou o nome do herói Samson (Sansão, em inglês) e batizou o produto de Samsonite. O nome pegou e a marca transformou-se em sinônimo de malas. Mas a força da grife começou a ser posta à prova, de fato, nos últimos três anos. Foi quando o executivo Marcelo Bortolli, um ex-diretor da Louis Vuitton, assumiu a empresa. De lá para cá, a grife lançou novos acessórios, linhas destinadas ao público de alto poder aquisitivo, guardachuvas, entre outras peças. Agora, a Samsonite dá um passo maior. Depois de abrir uma loja própria no shopping Villa-Lobos, em São Paulo, a empresa acaba de trazer para o Brasil a sua linha de sapatos e sandálias. “A idéia é mostrar que a Samsonite é uma empresa que vende soluções de viagem”, diz Francisco Cortez, diretor da Samsonite no Brasil.

No restante do mundo, isso tem dado certo. Em 2007, a empresa faturou US$ 1,3 bilhão ? US$ 300 milhões a mais do que o apresentado em 2006. Do total das vendas, 65% foram malas, 20% pastas executivas, 10% mochilas e 5% acessórios, como os sapatos. ?A extensão de marca é adequada desde que respeite os limites?, diz José Roberto Martins, diretor da Global Brands, consultoria especializada em gestão de marcas. Famosas grifes de luxo têm entrado em novos segmentos (ver quadro) e, até agora, conseguiram lucrar mantendo a imagem de glamour.

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EXPOSIÇÃO: sapatos e sandálias na loja do shopping Villa- Lobos custam, em média, R$ 400

EM ALTA: em 2007, a empresa faturou US$ 1,3 bilhão

Para atingir essa façanha, contudo, as marcas impõem um rigoroso controle de qualidade na fabricação e investem em design de produto. “A Samsonite já possui a imagem de qualidade e durabilidade”, diz Silvio Passarelli, coordenador do MBA de gestão de empresas de luxo da FAAP. “No caso dos sapatos, ela precisa se preocupar com o design.” Cortez, da Samsonite, rebate. “Não queremos ser fashion, queremos vender conforto.”

AS MARCAS E SEU FILHOS

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