O INGLÊS BERNIE ECCLESTONE, o poderoso chefão da Fórmula 1, que possui uma fortuna estimada em US$ 3,7 bilhões, tem uma imagem controversa no circo do automobilismo, com uma fama que vai de implacável a ambicioso, para não falar nos outros adjetivos. Há, contudo, uma faceta de Ecclestone que poucos conhecem: a de anfitrião. O magnata das pistas ergueu na idílica Le Castellet, cidade próxima a Marselha, no sul da França, um paraíso para aficionados por automobilismo. Tratase do Hotel du Castellet, um complexo que reúne, além da charmosa hospedagem, um aeroporto internacional 24 horas que funciona todos os dias e a celebrada pista de Paul Ricard, uma das mais modernas do mundo. “Metade de nossos hóspedes são pilotos ou pessoas ligadas ao automobilismo”, disse Arnaud Potdevin, diretor do hotel, à DINHEIRO. É possível encontrar pilotos do calibre de Fernando Alonso, Lewis Hamilton, Felipe Massa, Kimi Raikkonen, Michael Schumacher e por aí vai. “As equipes de F-1 usam o autódromo de Paul Ricard para fazer testes e se hospedam no hotel”, diz Potdevin. Mas, aos poucos, o Hotel du Castellet tem se convertido em parada dos milionários do jet set internacional.

 

Um dos principais atrativos para recebê- los é o aeroporto internacional que tem capacidade para abrigar aviões como Boeing 737-600 e até o Airbus A319. “Pousam cerca de 20 aeronaves particulares por semana”, diz Potdevin. O hotel também tem seduzido os hóspedes pelo paladar. O restaurante comandado pelo jovem chef francês Nicolas Sale, de 35 anos, ostenta uma estrela no badalado Guia Michelin, que pontua os melhores restaurantes do mundo com, no máximo, três estrelas. “Tem gente que vem ao hotel por causa da estrela do Michelin”, diz Sale. Há também quem busque o campo de golfe para amadores ou a inebriante paisagem da Provence mesclada com a arquitetura do hotel. Bernie Ecclestone, ao contrário do que se pensa, dá palpites em tudo, principalmente na decoração. “Ele viaja o mundo inteiro e conhece muitos hotéis”, diz Potdevin.

Ecclestone comprou o complexo em 1999, quando Paul Ricard, o magnata das bebidas que criou a pista de corrida, morreu. Construído em 1970, o circuito de Paul Ricard foi o palco da Fórmula 1 na França até 1990. Mas, como ficou ultrapassado, perdeu o posto para Magny-Cours. Quando Ecclestone adquiriu o autódromo, resolveu remodelá-lo. Arrancou as arquibancadas, criou mais áreas de escape e transformou- o no mais moderno do mundo. O aeroporto também passou por reformas e o hotel foi construído em 2002. Ecclestone, obsessivo por lucros, não fez isso à toa. Para se hospedar em uma das 47 suítes, cobramse até 750 euros a diária.