A derrota foi não ter conseguido a adesão dos controladores da Paranapanema para sua oferta pública de R$ 6,75 por ação na quinta-feira 2 de setembro. Os controladores – os fundos de pensão Previ e Petros, e a BNDESpar – comandam a produtora de cobre com 53% das ações, e exigiam um mínimo de R$ 7,50 por ação, valor que fez a Vale desistir do negócio.

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Fertilizantes: espaço no mercado

Já no mercado de fertilizantes, a mineradora vem colecionando vitórias. Comprou por US$ 4,7 bilhões o controle da Fosfértil e da Bunge. Mário Barbosa, diretor da subsidiária, confirma investimentos de US$ 12 bilhões até 2014. Para ter acesso a esse dinheiro, a Vale cogita separar seu negócio de fertilizantes e realizar uma oferta de ações. A captação poderia ser maior que os R$ 14,1 bilhões conseguidos pelo Santander em 2009. O mercado tem  potencial, pois as produtoras brasileiras só conseguem atender 35% do setor agrícola. A estratégia, porém, ainda precisa ser melhor explicada ao mercado. “A Vale tem acesso a recursos mais baratos do que a captação via ações”, diz Rodrigo Fernandes, analista da corretora do banco Fator.

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Destaque no pregão 


Randon  abre banco próprio

 

A Randon, fabricante de carrocerias para caminhões, abriu as portas do seu banco na semana passada. A nova instituição ajudará a conceder crédito para os fornecedores e para o cliente final, em um modelo semelhante ao adotado pela concorrente Marcopolo. Com capital inicial de R$ 25 milhões, os negócios devem chegar a R$ 80 milhões no primeiro ano. “Ainda será uma porcentagem baixa para uma empresa que fatura R$ 5 bilhões”, diz Joarez Piccinini, diretor-superintendente do Banco Randon, que cuidava do escritório internacional do Votorantim em Londres.

 

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Palavra de analista

 

O nascimento do Banco Randon terá um impacto marginal na ação do grupo nos primeiros anos. O baixo nível de capital inicial será insuficiente para financiar toda a cadeia de produtores e consumidores. “A entrada nesse nicho serve para estreitar o relacionamento”, diz Osmar Camilo, da Socopa. Ele destaca a receita recorde de 2010. “O ano está ganho para a Randon, agora é preciso pensar em 2011, que não deve ser tão exuberante.”

 

 

Quem vem lá


Os novos nomes do Ibovespa

 

Três novas companhias passaram a integrar o Ibovespa. Na nova carteira teórica que vigora desde a quarta-feira 1º, o banco Santander e a construtura Brookfield, presidida por Nicholas Vincent Reade, tiveram suas inclusões confirmadas. A novidade na última prévia foi a adição das ações ordinárias da Marfrig. Entre as novatas, a Brookfield terá participação de 0,660% no índice e o Santander Brasil, de 1,049%. A Marfrig corresponderá a 0,644% do Ibovespa. 

 

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Fique de olho:  a representação da Vale no Ibovespa superou a da Petrobras. A mineradora agora ocupa o primeiro lugar no portfólio, com peso de 13,4% – somados os papéis PNA e ON. Juntos, os títulos da estatal petrolífera representam 12,28% do índice. 

 

 

Educação financeira

 

Capitalização. Também chamada de aumento de capital, é uma operação pela qual uma empresa listada em bolsa levanta recursos por meio da venda de ações novas no mercado de capitais. Todos os acionistas da empresa têm o direito de preferência, ou seja, a prioridade na compra das ações que estão sendo emitidas, de modo a não ter a importância de suas participações reduzida, a chamada diluição.

 

 

Touro x urso

 

O Ibovespa, principal indicador da BM&FBovespa subiu 1,86% entre a segunda e a quinta-feira da semana passada. Apesar da alta, a semana foi volátil, em meio às expectativas de anúncio de capitalização da Petrobras – uma das ações com maior peso no índice brasileiro – e o recorrente pessimismo com a economia mundial. Para esta semana, o volume de negócios deve ser mais fraco por conta do feriado (Labor Day) nos Estados Unidos na segunda-feira 6 e do Dia da Independência no Brasil na terça-feira 7, em que não haverá operações na bolsa paulista. No restante da semana, os investidores esperam dados americanos como o crédito ao consumidor (8) e balança comercial (9).

 

 

Diversificação


A Marfrig vegetariana

 

O frigorífico Marfrig iniciou uma nova dieta na semana passada. Por meio de sua subsidiária Quickfood, marca de hambúrgueres mais conhecida da Argentina, a empresa de Marcos Molina comprou por US$ 3,4 milhões uma fábrica de legumes e congelados que pertencia à Arcor, conhecida pela venda de balas e doces. A Quickfood será a responsável pelo processamento de oito mil toneladas de brócolis, ervilhas e batatas, entre outros vegetais. Além dessa compra, o Marfrig avalia o lançamento de ADRs na bolsa de Nova York.  

 

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Maiores altas da semana

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Maiores baixas da semana

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As 10 mais negociadas do Ibovespa

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Desempenho das empresas por setor de atividade econômica

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Termômetro do mercado

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Bolsa no mundo

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Construção


Cyrela busca recuperação

 

A ação da Cyrela apresenta uma das maiores quedas entre as imobiliárias: caiu 8,9% até terça-feira 31 de agosto, ante uma baixa de 5% do Ibovespa. O desempenho ruim não reflete os indicadores da companhia, pouco endividada e com dinheiro em caixa.

 

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Luis Largman da Cyrela: sem dívidas

 

A rentabilidade sobre o patrimônio líquido, de 19,4%, é uma das cinco maiores do setor. Segundo Luis Largman, diretor-financeiro e de relações com investidores, é questão de tempo até a percepção dos investidores mudar. Largman falou à DINHEIRO:

 

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DINHEIRO – No primeiro semestre, a dívida representava só 65,8% do patrimônio. Por que o baixo endividamento?

LUIS LARGMAN – No final de agosto, esta relação estava ainda menor, em 42%. Somos conservadores e não gostamos de fazer dívidas. Temos ciclos longos e preferimos dinheiro em caixa ou antecipar os recursos por meio de recebíveis.

 

DINHEIRO – O estoque de terrenos é suficiente para os próximos lançamentos?

LARGMAN – Podemos lançar até 151 mil unidades nos terrenos que pertencem integralmente à Cyrela, o que representa um Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 40 bilhões. Adquirimos esses terrenos há muito tempo e teremos uma valorização que se refletirá no negócio.

 

DINHEIRO – Há equilíbrio entre a oferta e a demanda por imóveis?

LARGMAN – Não, o mercado ainda está em expansão. Segundo a Fundação Getulio Vargas, a demanda é de 1,5 milhão de novos moradores ao ano, mas foram 430 mil novas unidades no ano passado.

 

DINHEIRO – Os lançamentos continuam concentrados no Sudeste?

LARGMAN – Antes da abertura de capital, há cinco anos, 100% dos lançamentos estavam concentrados em São Paulo e no Rio. Agora, metade está espalhada pelas outras regiões do País. E a tendência é que essa diversificação cresça para todas as áreas importantes. Não existe nenhuma região do Brasil que seja ruim. 

 

DINHEIRO – As imobiliárias têm novidades trimestralmente?

LARGMAN – Não. O ciclo completo de imóveis de médio e alto padrão é de quatro anos. É o tempo que demora para comprar o terreno, construir e entregar o imóvel. Para a classe econômica, são dois anos. E o Minha Casa, Minha Vida, um ano e meio.

 

DINHEIRO – Como a Cyrela participa do Minha Casa Minha Vida?

LARGMAN – O Minha Casa Minha Vida é um programa fantástico. Participamos dele com a marca Living, nossa subsidiária em segmentos econômicos. Cerca de 40% das nossas vendas são feitas pela Living e os 60% restantes são da marca Cyrela. Na Living, metade dos negócios decorre do Minha Casa, Minha Vida.

 

 

Pelo mundo


Vivendi lucra com GVT

O grupo de telecomunicações Vivendi lucrou € 3,24 bilhões no primeiro semestre, valor 12% superior ao do mesmo período de 2009, informou a companhia na quarta-feira dia 1° de setembro. A empresa dirigida por Jean-Bernard Lévy espera um aumento dos lucros em 2010. O impulso virá, sobretudo, da brasileira GVT, adquirida em novembro de 2009.

 

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Bombardier prevê melhores ares

 

O lucro da fabricante canadense de aeronaves Bombardier recuou 26,7% no segundo trimestre de 2010, para US$ 148 milhões. O ambiente econômico permanece incerto, mas a companhia espera uma redução “significativa” nos cancelamentos de encomendas.

 

 

Demanda asiática ajuda Hermès

 

A produtora de bolsas de luxo e lenços de seda francesa Hermès anunciou, na terça-feira 31, que lucrou 55% a mais no primeiro semestre de 2010 em comparação com o mesmo período do ano passado. O lucro de € 194,6 milhões foi estimulado pela demanda asiática. A receita foi de € 1 bilhão, 23% superior.

 

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