Que ninguém se engane. O plano do empresário brasileiro Abilio Diniz é se transformar no maior acionista individual da operação global do Carrefour.

Mais um passo foi dado nesta quarta-feira 30, quando a Península, sua gestora de investimentos, aumentou sua fatia de 5,07% para 8,05% na rede varejista francesa.

Com isso, ele se torna o terceiro maior acionista do Carrefour, atrás apenas da família Moulin, dona da Galeries Lafayette, que detém 11%, do bilionário Bernard Arnault, com 9%. Com a nova fatia, ficou à frente do fundo Colony Capital, com 6%.

“Ele vai ser o maior acionista. É questão de tempo”, diz uma fonte próxima ao empresário.

Desde que fracassou sua tentativa de fusão do Pão de Açúcar com o Carrefour, que acabou culminando, há três anos, na saída de Diniz do grupo fundado por seu pai, o empresário tem como meta avançar sobre o Carrefour.

Não se trata, no entanto, de uma ambição obsessiva. Diniz, de fato, sempre acreditou que o Carrefour seria um excelente negócio e não se conformava com a recusa de Jean-Charles Naouri, seu sócio na época, de não querer a fusão.

Dessa vez, Diniz está construindo o caminho de forma cuidadosa, evitando conflitos que possam atrapalhar seus planos. Ele primeiro comprou pequenas fatias da operação global até chegar a atual posição. No fim de 2014, negociou a aquisição de 10% do Carrefour Brasil – ele agora detém 12% e tem opções para aumentar essa participação.

Simultaneamente, o empresário brasileiro aproximou-se de George Plassat, o CEO do Carrefour global, e dos principais acionistas da companhia na França, como Philippe Houzé, da família Moulin, e Nicolas Bazire, diretor do grupo Arnault.

Não forçou, de imediato, uma posição no conselho de administração. Mas, a partir de maio, no entanto, ele passará a fazer parte do conselho global, em uma indicação que contou com aprovação unânime dos conselheiros.

No Brasil, indicou nomes de sua confiança para fazer parte da diretoria do Carrefour Brasil, como Antônio Ramatis, Sylvia Leão e Sandra Gerbara, todos ex-funcionários de Diniz no Pão de Açúcar.

Além disso, ele atua diretamente na gestão, por meio da Península, que tem reuniões semanais com o corpo executivo da operação brasileira – Diniz participa desses encontros com certa frequência.