A desvalorização do real frente ao dólar e a queda do preço do minério de ferro, que está sendo negociado a menos de US$ 60 nos mercados internacionais, obrigaram a Vale a revisar seu plano de investimento para o ano. No final de 2014, o presidente Murilo Ferreira anunciou uma projeção de investir pouco mais de US$ 10 bilhões ao longo de 2015. Agora, a Vale deve desembolsar US$ 8,5 bilhões. O mercado considerou a decisão prudente, pois a mineradora tem US$ 2 bilhões comprometidos com dividendos para os acionistas e precisa de eficiência financeira para concluir seus projetos em Carajás, no Pará, e em Moçambique, na África.

IMÓVEIS

Saldão da BR Properties

Embora o mercado imobiliário passe por um período de retração, a BR Properties conseguiu fechar um bom negócio. A empresa, que obtém renda a partir da locação de propriedades, acertou a venda de 10 ativos imobiliários à BRE Ponte Participações, veículo de investimentos da gestora americana de private equity Blackstone, por 
R$ 1,06 bilhão. O presidente Claudio Bruni afirmou que o negócio com a BRE gerou um expressivo retorno à companhia e aos investidores. A BR Properties anunciou que vai se desfazer de ativos sempre que o preço superar o valor de mercado correspondente na BM&FBovespa. No ano, o papel acumula 8,6% de valorização.

PETRÓLEO

Lucro da Petrobras cai 89%

A Petrobras encerrou o segundo trimestre com lucro líquido de R$ 531 milhões, 89,3% inferior ao resultado do mesmo período de 2014. A retração foi maior do que a esperada pels analistas, em razão da multa de R$ 1,6 bilhão da Receita Federal e da reavaliação de ativos (impairment), com efeito de R$ 1,3 bilhão. Esse foi o segundo lucro trimestral consecutivo da Petrobras após o anúncio do prejuízo de R$ 26,6 bilhões no balanço de 2014. No semestre, o lucro líquido foi de R$ 5,9 bilhões.

TOURO X URSO 

A tensão política e a queda da popularidade da presidente Dilma Rousseff, com aprovação “boa” e “ótima” menor que a do ex-presidente Fernando Collor, abalaram ainda mais a confiança do investidor local. No entanto, a cotação do dólar acima de
R$ 3,50 parece um atrativo para os estrangeiros, que deram início a um movimento de compra e valorização das blue chips.

PAPÉIS AVULSOS 

Vendas em alta na BRF

Mesmo com o cenário macroeconômico adverso, a receita líquida de alimentos processados da BRF foi 15,2% maior no segundo trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. O mercado brasileiro apresentou expansão de 9,4% no período. Com isso, a receita líquida da companhia chegou a R$ 7,9 bilhões, aumento de 12,8% sobre o segundo trimestre de 2014. “No novo modelo da BRF, implementado há um ano e meio, a demanda prevalece sobre a indústria, por isso quem manda é o consumidor”, disse Augusto Ribeiro Junior, diretor de RI, em teleconferência. “Isso faz nossas vendas serem direcionadas e com crescimento atrelado a uma estratégia que não é de agora.” A ação da BRF está estável em agosto e em alta de 14,9% no ano. O papel, negociado a R$ 71,75, está próximo de atingir o preço máximo de R$ 72,30 registrado nos últimos 12 meses.

Palavra do analista: 
O desempenho da BRF permanece resiliente devido ao processo de reestruturação iniciado no ano passado, escreveram, em relatório, Luciana Carvalho e Victor Penna, analistas do BB Investimentos. No entanto, eles avaliam que é difícil medir se o ganho veio dessa reorganização ou do ciclo favorável do frango.

ENERGIA

Só o vento não basta para a Renova

A Renova Energia, controlada pela mineira Cemig, obteve um faturamento líquido de R$ 119,5 milhões no segundo trimestre – 109% maior do que no mesmo período de 2014. A entrada em operação de novos parques eólicos ajudaram no aumento das receitas. No entanto, só o vento não basta. No período, houve prejuízo de R$ 27,3 milhões causado pelo aumento de custos. A compra de energia e o pagamento de encargos subiram 124,7% e as despesas administrativas, 52,8%.

MERCADO EM NÚMEROS

BRASKEM
R$ 1,1 bilhão

Foi o lucro líquido registrado pela Braskem, no segundo trimestre deste ano. O resultado é quase 10 vezes maior que o apurado no mesmo período de 2014.

TIM
R$ 1 bilhão

É o total do corte de despesas anunciado pela TIM para o período de 2015 a 2017. A operadora planeja ajustar seus sistemas, suas plataformas tecnológicas e o modelo de negócios para conseguir eficiência e melhorar as margens.

ESTÁCIO
R$ 774 milhões

Foi a receita líquida operacional da Estácio, no segundo trimestre, expansão de 31,% sobre o mesmo período de 2014.

USIMINAS
R$ 602 milhões

Foi o prejuízo líquido da Usiminas, no segundo trimestre. No mesmo período do ano passado, a siderúrgica lucrou R$ 114 milhões.

HERING
R$ 100 milhões

É a projeção de investimento da Hering, até o final de 2015, para a construção de uma nova fábrica em Goiás e para a automação do centro de distribuição.