27/09/2006 - 7:00
O primeiro bilhão a gente nunca esquece. Marcelo Xandó, Marcio Dreher e Luis Octávio Indio da Costa, os três sócios da Verax Serviços Financeiros, gestora de recursos ligada ao Banco Cruzeiro do Sul, vão se lembrar para sempre do último mês de agosto, quando atingiram a marca de R$ 1 bilhão em recursos administrados. Precocemente, aos três anos de vida da empresa. O combustível para essa aceleração são os chamados Fidcs, mais conhecidos como fundos de recebíveis, responsáveis por 70% da bolada bilionária administrada pela firma. A Verax foi uma das primeiras assets a oferecer esse produto no mercado. Conseqüentemente, beneficiou-se da recente onda de popularização do investimento. O volume de emissões de recebíveis no primeiro semestre deste ano bateu em R$ 4,3 bilhões, ficando 26% acima do registrado na primeira metade do ano passado. Há dois anos, o investidor individual era responsável por apenas 14% do total de recursos alocados nos fundos de recebíveis da gestora. Atualmente, responde por 45%.
O bilhão conquistado significa independência financeira. ?Vamos reinvestir nosso ganho na ampliação da empresa?, anuncia Xandó. Nos próximos meses, a Verax vai lançar novos produtos, contratar gestores (três em São Paulo e dois no Rio de Janeiro) e ganhar sede própria, saindo de sob as asas do Cruzeiro do Sul, banco que tem Indio da Costa como acionista e diretor executivo. ?Nosso objetivo é crescer entre 30% e 40% ao ano?, diz ele.
Para isso, os três sócios da Verax apostam novamente no pioneirismo. Desde o mês passado, quando o governo autorizou a concessão de financiamento imobiliário com desconto em folha de pagamento, eles vêm preparando um fundo de recebíveis lastreado em operações do gênero. O produto deve ser lançado no fim de outubro, quando a regulamentação da nova modalidade de crédito provavelmente será aprovada. ?Esse tipo de fundo tem tudo para ser a nova coqueluche do mercado brasileiro?, aposta Costa. A Verax também está para lançar um Fidc com recebíveis do setor de saneamento e uma Cédula de Direitos Creditórios de Agronegócios (CDCA) com recebíveis de usinas de álcool fornecedoras da Petrobras. Com tanto trabalho pela frente, a comemoração do primeiro bilhão acabou sendo adiada. ?Depois que lançarmos os novos produtos, teremos mais tempo para organizar a festa?, promete Xandó. Se tudo der certo, o champanhe será estourado já na nova sede.