O ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, criticou nesta sexta-feira o comportamento dos republicanos que, segundo ele, apoiam Donald Trump sem reservas.

“O que aconteceu com o Partido Republicano?”, questionou Obama na Universidade de Illinois, em um discurso que marca sua volta ao debate político nos Estados Unidos. “Eles estão destruindo nossas alianças, se aproximando da Rússia”, criticou.

O ex-presidente democrata, de 57 anos, criticou a ideia de que “tudo vai ficar bem porque há pessoas na Casa Branca que, secretamente, não seguem as ordens do presidente”.

“Essa não é a forma como nossa democracia deveria funcionar”, condenou, numa alusão às revelações do livro do jornalista Bob Woodward e a um artigo de opinião anônimo de um “funcionário de alto escalão da Casa Branca” sobre o funcionamento errático da Presidência durante o governo de Donald Trump.

Após um retrato pessimista da situação política americana, o ex-presidente também expressou esperança.

“Nessa obscuridade política, vejo um despertar dos cidadãos de todo o país”, disse, lançando um chamado para que os democratas vão às urnas nas eleições parlamentares de novembro.

“Vocês devem votar porque nossa democracia depende de vocês”, disse.

“Se acham que as eleições não importam, espero que os últimos dois anos tenham mudado sua percepção”, afirmou no intenso discurso, muito aplaudido.

“A maior ameaça à nossa democracia não é Donald Trump, (…) é a indiferença, o cinismo”.

Tentando convencer os jovens a votarem, o ex-presidente ainda destacou: “É preciso fazer mais que retuitar uma hashtag, é preciso votar”.

Obama se manteve relativamente discreto desde sua saída da Casa Branca, em 20 de janeiro de 2017. Agora, ele está se envolvendo na campanha para apoiar os democratas nas próximas eleições parlamentares.

Neste fim de semana, irá à Califórnia e, na quinta-feira, a Ohio.

Nas eleições de 6 de novembro estarão em disputa 435 assentos na Câmara dos Representantes, um terço das vagas do Senado e o governo de 36 estados.

As pesquisas apontam para uma “onda azul” (democrata) e os republicanos, agora no controle do Congresso, temem perder sua maioria na Câmara.