O Instituto FHC realizou na tarde desta segunda-feira, 24, o evento “30 Anos do Plano Real” com a participação dos idealizadores do plano que criou a moeda brasileira em vigor até hoje. Estiveram presentes André Lara Resende, Edmar Bacha, Gustavo Franco, Pedro Malan e Persio Arida. Estiveram presentes no evento André Lara Resende, Edmar Bacha, Gustavo Franco, Pedro Malan e Persio Arida. Arminio Fraga participou remotamente.

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“O que aconteceu com o real é algo não repetível”, avaliou Arida. Para o economista, o cenário e os personagens envolvidos no novo plano econômico à época são muito específico, e ajudaram a transformar o real hoje em um “bem público”.

“Havia um trabalho coletivo, não foi uma ideia do nada”, lembra. “O ponto foi entender a especificidade da economia brasileira. Conviver com indexação. E uma trajetória de sequências de planos, congelamentos de preços etc. Fomos de 20% [de inflação] em 1970 a mais de 2.000% antes do real. Havia no Brasil algo muito diferente dos processos normais de inflação”.

Persio destacou então a atuação de Fernando Henrique Cardoso, então ministro da Fazenda de Itamar Franco (1992-1994), que, segundo Arida, tinha uma dupla característica que foi importante no momento: a de político e de intelectual.

“Difícil imaginar um ministro da Fazenda convencer o presidente da República, que tinha ideias próprias, e fazer aliança com partidos, percorrer o país com pedagogia democrática. Essa dupla característica foi vital para o sucesso do plano. Se não tivesse sido essa liderança política do FHC, nada disso teria acontecido.”

Outro ponto para o sucesso do plano, segundo Arida, foi o ambiente de ideias que originaram o real. “Sim, foi um plano original, mas só vingou porque teve ambiente de discussão e aperfeiçoamento dessas ideias e alguém que resolveu bancá-las politicamente”.