27/06/2025 - 6:52
Laudo aponta que Juliana Marins morreu cerca de 20 minutos após cair de encosta de vulcão. Causa da morte foi trauma torácico grave, que provocou hemorragia e danos a órgãos internos, apontou legista.A brasileira Juliana Marins, de 26 anos, morreu cerca de 20 minutos após cair da encosta de um vulcão na Indonésia, apontou o laudo de autópsia divulgado nesta sexta-feira (27/06) por peritos do Hospital Bali Mandar. O relatório aponta ainda que a causa da morte foi trauma torácico grave provocado por forte impacto, o que teria provocado grande hemorragia interna e danificado os órgãos internos.
“Os ferimentos mais graves estavam no tórax, especialmente na parte de trás do corpo, onde o impacto comprometeu órgãos internos ligados à respiração — afirmou o médico legista Ida Bagus Putu Alit, em entrevista coletiva.
Ao apresentar o laudo em entrevista coletiva, o médico legista Ida Bagus Putu Alit disse que Juliana sofreu escoriações em todo o corpo devido à queda, especialmente nas costas e nos membros superiores e inferiores. Também foram encontrados ferimentos em sua cabeça. Segundo ele, o impacto comprometeu órgãos internos ligados à respiração.
“Portanto, se observarmos o pior, ele está relacionado à respiração. Ou seja, há ferimentos, especialmente no peito, especialmente no peito na parte de trás do corpo. É isso danificou os órgãos internos”, disse ele, segundo a rede CNN Indonesia.
Além disso, a Alit disse que a hora estimada da morte de Juliana foi cerca de 20 minutos após a queda.
“Então, estimamos que foi no máximo 20 minutos. Não há nenhuma evidência de que essa vítima tenha morrido por muito tempo devido aos ferimentos”, acrescentou, descartando que ela tenha sobrevivido por um período mais longo, como chegou a ser especulado durante a operação de resgate.
Alit também descartou que a morte pode ter sido causada por hipotermia. “Não havia os sinais clássicos de hipotermia, como necrose nas extremidades ou coloração escura nos dedos. Isso nos permite afirmar com segurança que a hipotermia não foi a causa”
O corpo da Juliana chegou ao Hospital Bali Mandara, em Bali na quinta-feira (26/06) para autópsia, após ser recuperado no dia anterior no Monte Rinjani, o segundo vulcão mais alto da Indonésia.
Juliana Marins havia caído de um penhasco que circunda a trilha junto à cratera do vulcão no último sábado (21/06). Ela estava num grupo com outros cinco turistas e um guia local.
Mais de três horas depois da queda, Juliana foi localizada pela primeira vez por imagens gravadas com um drone por outros turistas. O vídeo parecia sugerir que ela tinha inicialmente sobrevivido à queda do precipício e estava numa fresta entre rochas. A operação para alcançá-la num ponto profundo de formações rochosas foi interrompida várias vezes por causa do mau tempo e o corpo só foi recuperado quatro dias depois.
O caso gerou comoção no Brasil. E também críticas em relação às autoridades indonésias e pressão sobre o governo brasileiro para agir. A tragédia também foi discutida por diversos veículos de imprensa no país asiático e desperou um debate sobre os padrões de segurança e resgate no país.
A tragédia que tirou a vida de Juliana não foi a primeira a ocorrer em Rinjani. Segundo o jornal indonésio Kompas, apenas de abril a junho deste ano outros três incidentes ocorreram no local – e um turista da Malásia também morreu.
jps (ots)