A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) vai ouvir nesta segunda-feira, 15, Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS“, apontado como um dos principais operadores das fraudes. A informação foi confirmada pelo presidente da comissão, o senador Carlos Viana (Podemos-MG), em vídeo divulgado neste domingo, 14, em suas redes sociais.

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“Apesar da decisão do ministro do STF André Mendonça de tornar facultativa, ou seja, voluntária, a ida dos dois principais envolvidos no escândalo do INSS à CPMI nesta segunda-feira, dia 15, está mantida a oitiva do senhor Antônio Carlos Camilo Antunes, o ‘careca’. Nós estamos em contato com a defesa, que confirmou o desejo de que ele fale e exponha o posicionamento em relação a todas as suspeitas que estão sendo levantadas pela Polícia Federal e também divulgadas pela imprensa. É um passo muito importante para o esclarecimento de todo esse escândalo e crime organizado que tomou conta da previdência social em nosso País”, afirmou Viana, no vídeo.

A investigação da Polícia Federal aponta o “Careca do INSS” como um dos principais operadores do esquema fraudulento de descontos associativos em aposentadorias.

Na sexta-feira, 12, Antunes e Maurício Camisotti, outro suspeito de ser sócio oculto de uma das associações envolvidas no esquema, foram presos em uma nova fase da Operação Sem Desconto.

A Operação Sem Desconto foi  deflagrada pela Polícia Federal em abril com o objetivo de apurar descontos irregulares para aposentados e pensionistas do INSS. O suposto esquema de fraudes teria ocorrido entre os anos de 2019 e 2024, e estima-se um prejuízo de R$ 6,3 bilhões.

A investigação da Polícia Federal (PF) o “careca do INSS” movimentou mais de R$ 12 milhões em 129 dias, o que equivale a pouco mais de quatro meses.

Segundo a PF, ele é apontado como envolvido em suspeita de pagamento de propina a servidores para obter dados pessoais de pensionistas. Em seguida, vendia essas informações para associações. Essas associações cadastravam os servidores em serviços não solicitados e realizavam desvios de dinheiro.

Segundo a PF, o “careca do INSS” desempenhava o papel de facilitador do esquema, pois atuava como consultor para diversas entidades que formalizaram acordos de cooperação técnica com a autarquia. No relatório da corporação, Antunes aparece como sócio de 21 empresas. Dessas, 19 foram criadas no ano de 2022 e ao menos quatro estariam envolvidas no esquema fraudulento do INSS.