O Brasil recebeu cerca de 6 milhões de visitantes internacionais durante todo o ano de 2018, de acordo com o Ministério do Turismo. Apesar de o número parecer grande, levando em consideração o que o nosso país representa enquanto cultura, gastronomia e negócios, a quantidade ainda é pequena. 

Enquanto Cancún, por exemplo, recebeu 7 milhões de turistas, o Louvre sozinho recebeu 7,6 milhões. Hoje o turismo é responsável por quase 8 milhões de empregos e 7,8% do PIB do Brasil, afirma o Conselho Mundial de Viagens e Turismo. Tendo isso em vista, é necessário desenvolvermos ações concretas nos próximos anos para conseguir dobrar esse número de visitas, aumentando o emprego e desenvolvendo as comunidades locais. 

Em nossas análises, excluímos os anos de 2020, 2021 e 2022, pois são períodos de impacto da Covid-19 para o turismo. E isso abalou um ramo de atividade que gera 13,6 milhões de empregos e é uma das atividades com menor impacto ambiental.

Se analisarmos as tendências de gerações, a geração dos millennials, nascidos entre 1982 e 1994 e a geração Z, nascidos entre 1995 e 2010, dão muito valor à conectividade e a experiências, com isso o turismo novamente aparece como um possível impulsionador do novo “boom” econômico no país.

Analisando o Anuário do Turismo  abaixo, verificamos o potencial que ainda temos de gerar empregos e infraestrutura com o desenvolvimento do turismo no Brasil. Temos uma distância muito grande na “balança comercial do turismo” quando comparamos o valor gasto por turistas brasileiros no exterior versus o valor gasto por estrangeiros no Brasil.

Na tabela, o Brasil ocupa a 49ª posição no ranking mundial. Enquanto isso, a França recebe 89,4 milhões de turistas estrangeiros por ano; Portugal. 24,6 milhões; e Hong Kong, 23,8 milhões. 

 

 

Como podemos constatar, a capacidade turística do Brasil está extremamente subutilizada, apesar do potencial das belezas naturais que possuímos. Alguns fatores explicam este baixo rendimento e a oportunidade que temos de alavancar o setor:

  • Falta de estrutura em aeroportos, sejam de tamanho de pistas e capacidade de pousos, quanto de estrutura a seus clientes. 
  • Falta de infraestrutura rodoviária, estradas que ligam os aeroportos a pontos turísticos, muitas delas ainda sem asfalto. 
  • Falta de infraestrutura local, como hospitais.
  • Falta de segurança ou sensação de insegurança. 
  • Falta de integração com as comunidades locais. 
  • Falta de mais companhias aéreas, gerando uma concorrência saudável, ou planos de incentivo governamentais a este setor, com incentivos e desonerações.
  • Falta de educação turística aos envolvidos no trade, como taxistas, guias etc. 
  • Falta desenvolvimento da língua inglesa nas escolas municipais e incentivos de capacitação aos envolvidos do trade. 
  • Falta de divulgação de qualidade no exterior. 

Se o turismo for tratado com a devida atenção e investimento de base nos pontos mencionados acima, temos potencial de ter um novo “boom” de crescimento do PIB nacional, desta vez não apenas alavancado pelas commodities, e sim por um segmento terciário que deixará uma perpetuidade.

 

O que acreditamos que funcionaria no Brasil? 

 

Precisamos de um projeto amplo de realização de obras de infraestrutura nos aeroportos e estradas. Um plano de concessões de aeroportos baseado nas localidades que interessem ao desenvolvimento e padrões mínimos exigidos pelo edital de qualidade, por exemplo.

Necessitamos de um plano de segurança em todas as cidades com potencial turístico, estabelecendo a sensação de segurança para estimular os estrangeiros a viajarem ao nosso país. 

Além disso, precisamos desenvolver uma sinergia com as comunidades locais, para que elas vejam o turismo como fonte de renda e crescimento, criando projetos hoteleiros, contratações prioritariamente da comunidade local, patrocínios de infraestrutura para criação de feiras e pontos de comércios locais. 

Desenvolver um polo de ecoturismo mundial, criando um selo e padrões desse ecoturismo. Incentivando os hotéis que queiram construir em áreas que buscamos desenvolvimento, com isenções de impostos na construção e nos primeiros 5 anos de operação. 

Seria necessário estudar uma nova lei ambiental com o ICMBIO, para entendermos hotéis ecológicos e facilidades em sua aprovação. Programa Governamental de capacitação de todo trade turístico e adequações das comunicações nestes locais, criar órgão fiscalizador e de credenciamento de taxistas, guias turísticos, restaurantes, quiosques etc. 

Considerarmos o inglês como segunda língua do Brasil, criando grade curricular diária em todas as escolas do ensino básico e fundamental. 

Melhorar nossa divulgação no exterior, promovendo mais o destino e aumentando recursos a órgãos como a Embratur.

Com esta junção de fatores, tenho certeza que o turismo será o novo “Boom” de crescimento e desenvolvimento do Brasil, aumentando a arrecadação federal e a geração de empregos e das comunidades.