11/03/2022 - 12:01
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), ainda não confirmou sua pré-candidatura à Presidência da República, mas seu nome preocupa adversários. Com base em sondagens eleitorais, tanto aliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do presidente Jair Bolsonaro (PL) avaliam que Leite poderia incorporar a imagem da terceira via, algo que nenhum outro candidato conseguiu até o momento.
O governador gaúcho planeja entrar na disputa pelo PSD sabedor de que ainda há um vácuo político a ser preenchido. Pré-candidaturas como de João Doria (PSDB) e Sérgio Moro (Podemos) não teriam apresentado, até o momento, o desempenho que se esperava.
Um político influente compara o cenário à história dos super-heróis dos quadrinhos. Nessa HQ eleitoral, Lula e Bolsonaro seriam os dois titãs na preferência das pesquisas. Para serem derrotados, seria preciso uma “Liga da Justiça”. Essa “liga” reuniria pré-candidaturas de terceira via que se uniriam para tentar chegar ao segundo turno e derrotar o oponente. Segundo essa imagem, o nome que melhor se posicionar nas pesquisas garante o apoio dos demais para ir ao confronto do segundo turno.
Quando derem início à campanha, os candidatos da liga se concentrarão em bater em Lula, para mostrar que são opções anti-PT, tentando convencer parte do eleitorado de Bolsonaro. Ao mesmo tempo, vão se apresentar como opção a quem não pretende reeleger o presidente.
Monitoramentos da tendência de voto feitos por partidos indicaram que o eleitor procura o nome novo, fora das figuras tradicionais. O perfil de Leite, acreditam seus apoiadores, pode se associar a esse desejo. O governador tem 37 anos, um perfil jovem que contrasta com Bolsonaro (66 anos) e Lula (76 anos). Os próprios adversários admitem que a candidatura do político gaúcho poderia trazer outras ideias ao debate eleitoral. Além disso, a percepção é que governador seria o “bom moço” das eleições, um “Luciano Huck 2.0”, em meio à troca de acusações entre os dois lados.
Outra impressão é de que o governador une modernidade e conservadorismo. Ao mesmo tempo em que chefia o Executivo de um Estado conservador, Leite namora o médico Thalis Bolzan, o que passa a mensagem de que “é um cara bem resolvido” e que “não esconde de ninguém a relação”.