12/09/2012 - 21:00
A maior economia do mundo se prepara para escolher o gestor que vai tocar o País pelos próximos quatro anos. O atual titular do posto, o democrata Barack Obama, enfrenta o conservadorismo provinciano de Mitt Romney. O candidato republicano promete mundos e fundos no campo da produção, dos impostos, do trabalho. Só não mostra como irá viabilizá-los. Não tem, ou pelo menos ainda não revelou, um plano concreto para atingir as ambiciosas metas. Diz que vai criar 12 milhões de empregos no seu mandato – alguém por aqui no Brasil também alardeou o número fantástico em campanhas e nem chegou perto. Acena com a revitalização do parque industrial.
Quer, como disse em seu discurso da convenção partidária, melhorar a vida de cada americano. Adepto do protecionismo atávico, senhor feudal de milhões de dólares que almeja levantar barreiras contra o avanço do capital externo, Romney assusta até seus correligionários e lideranças da base de apoio que não sabem como ele chegou lá. Um azarão no páreo, uma personagem política xucra que agora galvaniza os instintos mais reacionários do eleitor republicano. Obama, por sua vez, em que pese estar longe da figura revolucionária que apresentou como embalagem de convencimento há quatro anos e que prudentemente nesta temporada trata de abandonar o mantra do “Yes we can”, marcou alguns tentos dignos de nota.
Tem, a duras penas, colocado a economia dos EUA no prumo, para o bem dela e do resto do mundo. Cravou uma redução na taxa de desemprego, de algo em torno de 10% para 8%, encolheu os pesados gastos militares retirando as tropas do Iraque e reformulou o sistema de saúde local, um anseio há muito esperado pela população. “Last but not least”, ainda foi bem-sucedido na caçada que culminou com a execução do arqui-inimigo de seu país, Bin Laden. Pode não representar o retrato bem-acabado de um herói americano, mas ainda parece ser o melhor que se pode esperar por lá.