13/06/2007 - 7:00
CIAO DASLU: a grife do estilista Giorgio (à esq.) dá adeus à loja de Eliana Tranchesi e parte para o shopping Cidade Jardim, que será inaugurado no próximo ano
O que era para ser um anúncio formal como qualquer outro se tornou uma troca de farpas entre a Villa Daslu e a grife Giorgio Armani. Na semana passada, a marca italiana tornou público que deixaria a loja de Eliana Tranchesi e abriria um ponto-de-venda no shopping Cidade Jardim, o concorrente no segmento de luxo que será inaugurado em 2008. O representante da Armani no Brasil, o empresário André Brett, disse que era ?uma decisão internacional expandir a grife para outra direção?. Foi o que bastou para que a Daslu emitisse um comunicado oficial no qual dizia que ?a saída da Armani se dava por conta da estratégia de venda adotada pela marca dentro da Daslu. A operação, há meses, vinha focando apenas em mercadorias de outlet com remarcações permanentes, o que não se encaixava de forma alguma dentro do perfil buscado pelos clientes da loja?. A resposta veio em seguida também em uma nota oficial na qual os executivos da Armani diziam que ?nunca receberam nenhum comunicado da Daslu de descontentamento com a estratégia de vendas adotada?.
Procurada por DINHEIRO, a Daslu rebate. ?Eu, pessoalmente, conversei com o André Brett e disse que estávamos descontentes com a práticas de descontos permanentes?, diz Zildo Borgonovi, diretor da Villa Daslu. ?Nosso cliente não quer saber de coleção passada. Se ele queria vender outlet aqui, me desculpe, este não é o lugar.? No mercado, contudo, comenta- se que a tensão entre as empresas é antiga. ?A operação brasileira da Armani nunca quis abrir um ponto na Daslu. Eles foram obrigados porque a própria Daslu fez contato diretamente com a Itália?, diz um executivo que conhece o negócio. ?Isso é bobagem?, disse André Brett à DINHEIRO. ?Nós fomos os primeiros a entrar na Daslu.? Brett teria confidenciado a amigos que a operação na Daslu nunca deu lucro. ?Muitas das marcas terceirizadas estão com o pé atrás com a Daslu?, diz Brett. ?Eles não cumpriram o que prometeram?, diz sem dar mais detalhes. Borgonovi, por sua vez, dá outra versão. ?Até onde eu sei, enquanto vendia as coleções atuais, a Armani tinha um bom faturamento.? Indagado se uma grife reconhecida mundialmente como a Armani não faria falta para a Daslu, o executivo é enfático. ?É ruim, mas no lugar da Armani teremos a nova marca Tom Ford?, diz. ?No final, eles resolveram o nosso problema de espaço.?