Eles estão, mais do que nunca, ouriçados. Já decretaram o fim da estabilidade, a volta da crise, o descontrole inflacionário a minar a saúde econômica do Brasil. Para eles, não há mais saída. O Brasil perdeu a vez, vai perder os investimentos, deve perder todas as oportunidades. Qualquer indicador ou informação que ajude a minar a confiança do setor produtivo vale. Sua moeda de troca, ou de lucro, são as análises cada vez mais sombrias da catástrofe iminente. Apostam no temor geral, sabotam a economia interna e prestam um desserviço ao País, vendendo externamente a pior imagem, na ânsia por dividendos, quem sabe, pessoais. 

 

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O movimento se intensifica com a proximidade do jogo eleitoral. Como num cassino de apostas, estão girando a roleta pelo lucro fácil. O pior rende mais. Empreendedores pagam a conta e entram, como presas fáceis, na ciranda de lorotas. E, atordoados, deixam de fazer o que sabem e de garantir sua sobrevivência no tabuleiro. É certo dizer que o Brasil não experimenta o melhor momento de crescimento. Nem está mostrando um modelo ideal de administração das contas públicas. Mas está longe da recessão e do descontrole financeiro. O colchão de reservas continua em alta. A disciplina fiscal segue como regra e com metas preestabelecidas. 

 

A inflação deve completar, neste ano, uma década dentro da meta e recuou de 0,38% em junho para 0,07% em julho, portanto abaixo do teto. Também é correto verificar que, longe de qualquer hipótese contrária, o País experimenta uma condição de quase pleno emprego, apesar da taxa recente de 6% de desemprego – uma fração do índice verificado, por exemplo, no mercado europeu. O plano de desoneração setorial, aliado aos desembolsos na área de infraestrutura, surte efeito. O Brasil, para desalento desses senhores, tem apresentado números saudáveis. O ministro Mantega anunciou um corte adicional no orçamento, da ordem de R$ 10 bilhões, suprimindo despesas com pessoal e encargos. 

 

O contingenciamento vem se somar aos R$ 28 bilhões já economizados até então da verba total, por decisão direta da equipe econômica, que demonstra preocupação e senso de responsabilidade com o assunto. A nota destoante nesse aspecto surgiu, inesperadamente, do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que em entrevista disse desconhecer como o Executivo vai arrumar suas contas, porque não cabe ao BC tratar do tema. Passou a impressão de não fazer parte desse governo. Tombini, ao que tudo indica, vem adotando a tática do burocrata que joga para a torcida, imaginando se dar bem caso o caldo da economia entorne e ele seja chamado a atuar como redentor no lugar do atual chefe. Tem, com esse comportamento, servido ao discurso dos fracassomaníacos de plantão.