O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro cresceu 0,9% no 3º trimestre, na comparação com os três meses imediatamente anteriores. Em valores correntes, o PIB totalizou R$ 3 trilhões.

Apesar de ter desacelerado frente aos 3 meses anteriores, o resultado confirma uma economia brasileira ainda aquecida mesmo diante da taxa básica de juros em trajetória de alta.

Na comparação com o 3º trimestre do ano passado, o crescimento foi de 4%. Com o resultado, o PIB acumulou alta de 3,3% no ano e de 3,1% nos últimos quatro trimestres.

O avanço foi puxado principalmente pelo consumo das famílias e do governo, e pelos investimentos. Do lado da oferta, o maior crescimento foi em Serviço. Veja abaixo o desempenho dos principais componentes do PIB:

Principais destaques do PIB no 3º trimestre

  • Serviços: 0,9%
  • Agropecuária: -0,9%
  • Indústria: 0,6%
  • Construção: -1,7%
  • Comércio: 0,8%
  • Consumo das famílias: 1,5%
  • Consumo do governo: 0,8%
  • Investimentos: 2,1%
  • Exportações: -0,6%
  • Importação: 1%
Evolução do resultado do PIB do Brasil (Crédito:Divulgação/IBGE)

A atividade econômica vem mostrando resiliência com resultados que têm surpreendido, devido principalmente a um mercado de trabalho forte com ganhos de renda, além de melhores condições de crédito.

Esse vigor, porém, tem levado a sucessivas revisões para cima também das expectativas para a inflação e para a Selic. No mercado financeiro, cresce aposta de alta de 0,75 ponto na Selic na reunião do Copom da próxima semana.

“Embora positivo, para mantermos esse ritmo de crescimento de maneira sustentável é necessário que o país tenha ganhos de produtividade, o que não estamos vendo por ora. Esse cenário leva a um aquecimento da economia para além da sua capacidade (hiato positivo) e torna o controle de preços mais desafiador”, avaliou Claudia Moreno, economista do C6 Bank.

Fazenda fala em revisar para cima projeção

Em nota, o Ministério da Fazenda afirmou que, com o resultado, a atual projeção de alta de 3,3% do PIB em 2024 deverá ser revisada para cima, repercutindo perspectivas de maior crescimento para a indústria e para os serviços.

“Os resultados observados para o PIB no terceiro trimestre mostraram que a economia brasileira seguiu em ritmo robusto de expansão mesmo com menores impulsos fiscais, impulsionada pelo bom desempenho da indústria de transformação e construção e pelo crescimento na prestação de serviços diversos. Pela ótica da demanda, essa expansão se refletiu em forte expansão do consumo das famílias e, principalmente, do investimento”, avaliou a Fazenda.

A expectativa atual do mercado financeiro é de um avanço de 3,22% neste ano, segundo  o último boletim Focus do banco Central.