17/11/2004 - 8:00
O mexicano Carlos Slim Helú, que despejou bilhões de dólares no Brasil para comprar a BCP e a Embratel, parece ter despertado o apetite de seus compatriotas pelo País. O mais novo interessado em negócios por aqui é o magnata Ricardo Salinas, dono de um império de US$ 20 bilhões que reúne, entre outros ativos, a TV Azteca, o Banco Azteca e as lojas de eletroeletrônicos Elektra e Salinas & Rocha. Terceira maior fortuna do México, Salinas já teria até definido suas estratégias no Brasil: traria a Elektra, a Salinas e o banco que, além de viabilizar as operações financeiras das lojas, abriria suas portas para empréstimos pessoais, seguros e título de capitalização. ?Estamos sempre analisando o Brasil, mas não há nada de concreto ainda?, afirmou à DINHEIRO Rolando Villareal, diretor de Relações com Investidores da Elektra.
Executivos do grupo de Salinas estiveram no Brasil três vezes este ano estudando o varejo. Em julho, aproveitaram uma visita ao Vale dos Vinhedos (RS) para se encontrar com Adelino Colombo, dono das Lojas Colombo, a quarta maior varejista de eletroeletrônicos do País, com 295 lojas. ?Foi um encontro social?, afirma Adelino. Pode ser, mas os mexicanos dão sinais claros de que o Brasil pode ser a próxima parada internacional. A intenção é iniciar as operações com alguma aquisição, ganhando fôlego para fazer frente a potências como Magazine Luiza ou Casas Bahia. Um crescimento orgânico por aqui não está descartado, embora esse processo seja mais lento e na maioria das vezes muito mais caro. ?É difícil entrar no Brasil a partir do zero. O mercado é concentrado, a concorrência é pesada e as margens são pequenas?, avalia o consultor Nélson Barrizelli. Segundo ele, o mais lógico seria a aquisição completa, mas não há muitas alternativas. ?Uma das soluções seria comprar participações numa grande empresa do setor?, arrisca.
Ricardo Salinas começou sua carreira como gerente de importação das lojas Elektra em 1981. Seis anos depois era o presidente da rede e daí a comprar ações e assumir a empresa foi um pulo. Hoje, a divisão de varejo conta com mil lojas no México, Guatemala, Honduras, Peru e Panamá. Salinas detém ainda o controle da Unefon, operadora de telefonia móvel; da Telecosmo, provedora de conexões em banda larga; do Todito.com, portal de língua espanhola e da TV Azteca. Como se vê, as lojas e o Banco Azteca podem ser apenas o ponto de partida do compatriota de Carlos Slim no Brasil.
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