08/09/2017 - 17:13
O furacão Irma, que arrasa o Caribe com uma intensidade “sem precedentes”, provocou milionárias perdas em várias das ilhas afetadas e um balanço de vítimas que ainda é incerto.
Segundo os dados dos governos das áreas atingidas, o balanço provisório é de 17 mortos, após o anúncio de que pelo menos nove pessoas faleceram nas ilhas europeias do Caribe, Saint Martin e Saint Barth.
A Cruz Vermelha Internacional informou que o Irma atingiu 1,2 milhão de pessoas, mas a cifra poderia subir a 26 milhões.
De acordo com cálculos da agência Enki Research que levam em conta o valor das propriedades em risco de destruição, Irma poderia ser o furacão mais caro da história, causando perdas de 120 bilhões de dólares nos Estados Unidos e nas ilhas do Caribe.
– Barbuda –
Irma, que na terça-feira foi classificado como um furacão de categoria 5 pelo Centro Nacional de Furacões (NHC, em inglês), atingiu a ilha de Barbuda na quarta-feira às 06h00 GMT (03h00 de Brasília) com ventos que alcançaram os 295 km/h, deixando um morto.
O primeiro-ministro, Gaston Browne, disse que a ilha ficou “totalmente devastada”.
“Para aqueles que não acreditam em mudança climática, esperamos que mudem de opinião ao ver esses desastres naturais”, destacou.
– Saint Barth e Saint Martin –
Após algumas horas, o furacão atingiu a ilha francesa de Saint Barth, e depois Saint Martin, que inclui uma parte francesa e outra holandesa.
De acordo com o serviço de meteorologia francês Météo France, os ventos alcançaram os 360 km/h.
O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, descreveu o desastre como “inimaginável e sem precedentes”.
Seu governo enviou mais de 100.000 rações, enquanto a Holanda se apressa para fornecer comida e água a 40.000 pessoas.
As autoridades francesas confirmaram nove mortos e sete desaparecidos nas duas ilhas e pelo menos 112 feridos. Na parte holandesa houve ao menos um morto e vários feridos.
Os danos são “enormes”, com um aeroporto devastado e uma ilha isolada do mundo, segundo o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, que disse que também estavam ocorrendo roubos.
Do lado francês, o presidente do conselho territorial, Daniel Gibbs, falou de uma “catástrofe enorme: 95% da ilha de Saint Martin está destruída”. O custo dos danos nas Antilhas francesas superará os 200 milhões de euros, segundo a seguradora pública.
– Ilhas Virgens americanas –
Pelo menos quatro pessoas morreram nas Ilhas Virgens americanas depois da passagem do furacão, anunciou na quinta-feira o governador, Kenneth Mapp, e o serviço de emergências.
– Porto Rico –
O furacão se aproximou da parte norte de Porto Rico na noite de quarta-feira e na manhã de quinta-feira, com ventos de até 295 km/h, que provocaram cortes no fornecimento de energia elétrica e fortes chuvas.
Pelo menos “duas pessoas morreram”, informou à AFP o porta-voz da agência estatal para a gestão de emergências, Carlos Acevedo.
Mais da metade da população de três milhões de habitantes ficou sem eletricidade. O governador, Ricardo Rosselló, ativou a Guarda Nacional e habilitou abrigos para 62.000 pessoas.
– República Dominicana –
Desde as 15h00 GMT (12h00 de Brasília) de quinta-feira, o furacão começou a atingir a República Dominicana, antes de partir rumo ao Haiti, para depois avançar até as ilhas britânicas Turcas e Caicos, segundo os dados do NHC.
Na República Dominicana o furacão obrigou a evacuar 19.000 pessoas. No total, 103 casas foram destruídas. Outras 2.135 casas ficaram danificadas, segundo o Centro de Operações de Emergência (COE).
Além disso, as autoridades cortaram o fornecimento de eletricidade em muitas zonas de maneira preventiva.
– Haiti –
No Haiti a passagem do furacão causou inundações e deixou vários feridos no nordeste do país, informou o serviço de Proteção Civil.
O furacão passou um pouco mais ao norte do que o previsto, fazendo com que o impacto no Haiti possa ser menor do que o esperado, um alívio para o país, que é um dos mais pobres do mundo.
– Bahamas e Cuba –
Irma se dirigia nesta sexta-feira pela manhã para o sul do arquipélago das Bahamas e há a previsão de que chegue à costa norte de Cuba nesta sexta à noite ou na manhã de sábado.
A ilha se encontra em estado de alerta. Mais de 10.000 turistas receberam ordens de abandonar seus hotéis e residências nas zonas costeiras mais expostas.
– Trajetória prevista –
O furacão Irma, fenômeno mais longo desta intensidade registrado até agora, diminuiu para a categoria 4 nesta sexta-feira, embora o NHC dos Estados Unidos tenha advertido que o perigo continua sendo “extremo”.
Depois de Cuba, espera-se que Irma vá para o sudeste dos Estados Unidos, atingindo primeiro a Flórida, e depois a Geórgia e Carolina do Sul.
O diretor da Agência de Gestão de Emergências (Fema), Brock Long, assinalou que o furacão terá um impacto “realmente devastador” quando chegar à costa americana da Flórida.
Em seu último boletim, o NHC, com sede em Miami, emitiu ordens obrigatórias de evacuação para a zona costeira da Flórida e do estado da Geórgia.
– Outros dois furacões –
Nesta sexta-feira e no sábado, outro furacão – José – passará a cerca de 300 quilômetros a nordeste de Saint Martin.
Na quinta-feira, o furacão se intensificou e subiu para a categoria 3, com ventos de 195 km/h.
Um terceiro furacão – Katia – ameaça a costa atlântica do México e poderia atingir um milhão de pessoas no estado de Veracruz.