09/04/2015 - 0:00
O vinil é um bravo combatente que não se curva ao furacão tecnológico. Pelo contrário: ele parece se fortalecer conforme o digital se torna onipresente, bombardeando a todos com gadgets, aplicativos, nuvem e outras parafernálias a todo o instante.
O bom e velho bolachão renasceu e, agora, parece finalmente ter encontrado seu lugar na era digital: não é mais apenas um fetiche de colecionador, como aconteceu depois de ter a morte decretada pelo CD, mas um nicho de mercado respeitável. O showbiz e a indústria o colocaram de vez no radar de negócios.
Confiram alguns dados sobre esse movimento:
• Em 2014, a venda de discos de vinil atingiu o maior patamar nos EUA desde 1991, com 9,2 milhões de unidades. O aumento é de 52% em relação ao ano anterior, segundo dados da Nielsen SoundScan.
• Enquanto isso, o download de álbuns caiu 9% em 2014 e de canções teve queda de 12%.
• O comércio de CDs também encolheu: caiu 12,7% em 2014.
• Segundo dados da RIAA, a associação da indústria fonográfica nos EUA, as vendas totais de formatos físicos em 2014 foram impulsionadas pelo renascimento do vinil. A expansão do LP foi de quase 50% no ano passado, com negócios da ordem de US$ 325 milhões.
• Os grandes astros hoje lançam seus trabalhos também em vinil – e com sucesso. É o caso do guitarrista americano Jack White e do Pink Floyd, Arctic Monkeys e Radiohad, entre tantos outros.
• No Brasil, só há uma fábrica de vinil, que está rindo à toa. A Polysom, que fica em Belford Roxo, no Rio de Janeiro, declarou aumento de 126% nas vendas apenas entre março e maio do ano passado. A empresa afirma não dar conta de todas as encomendas recebidas.
Como se vê, o vinil retornou mesmo. É seguro dizer que nunca será um estouro de vendas, arrasa-quarteirão. Não é esse o caso. Mas a tendência é continue a crescer e ele se consolida como um segmento de negócios de fato do mercado da música. E, claro, com muito charme – e aquele chiadinho inconfundível que faz a alegria dos amantes da música, como eu.