21/09/2013 - 7:00
O acidente com o Costa Concordia nos marcou para sempre. Antes, a referência era o Titanic”. A afirmação, em tom de desabafo, foi feita pelo presidente da Costa Cruzeiros para a América do Sul, Renê Hermann, na semana em que o navio foi desvirado. A operação movimentou um batalhão de técnicos e operários e consumiu estimados US$ 795 milhões. O naufrágio do gigante de 114,5 mil toneladas e 295 metros de comprimento aconteceu na noite de 13 de janeiro de 2012, durante manobra próximo da ilha de Giglio, na região da Toscana, na Itália.
O episódio deixou um rastro de prejuízos – a começar pela morte de 32 das 4,2 mil pessoas a bordo, entre passageiros e tripulantes – e manchou a imagem de uma das maiores operadoras de turismo marítimo do planeta. Uma parte do prejuízo foi recuperada graças ao pagamento do seguro no valor de US$ 1,1 bilhão. Mas talvez o fato mais emblemático tenha sido a descoberta de que, em vez de coordenar o resgate, o capitão do Costa Corcordia, Francesco Schettino, foi um dos primeiros a abandonar o barco. Hermann acredita que o pior já tenha passado.
“Ao assistir às notícias sobre a megaoperação, muitos clientes me ligaram para me parabenizar”, diz. “Voltamos ao noticiário, mas agora de forma positiva.” Segundo ele, apesar de a imagem da marca ter ficado arranhada, os passageiros sul-americanos não deixaram de viajar nos demais navios da empresa. Na temporada 2012-2013, a Cruzeiro Costa atuou com sete transatlânticos, que transportaram 80.820 passageiros, e embolsou cerca de US$ 160 milhões. Para a temporada atual, a previsão é de uma receita 50% menor, por conta da redução da frota.