23/09/2009 - 7:00
Mercado em expansão: enquanto o mercado global enfrenta uma retração, o setor cresce 5% no Brasil e já movimenta R$ 1 bilhão
Com seus oito mil quilômetros de Costa marítima e 2.045 praias, é natural que o Brasil seja atualmente um dos maiores mercados náuticos do mundo. Estima-se que o setor movimente mais de R$ 1 bilhão por ano, número que faz do País o principal gerador de negócios da América latina. Na última década, o segmento dobrou de tamanho no Brasil, crescimento que se deve também a uma nova safra de milionários que surgiu no embalo do desenvolvimento econômico. É esse público que os organizadores da nona edição do são Paulo Boat show – feira que será realizada entre 1º e 6 de outubro, no Transamérica Expocenter – quer atrair. “O evento gerou R$ 165 milhões em negócios no ano passado e para 2009 esperamos 5% mais”, diz Ernani Parcionik, organizador do são Paulo Boat show. “O mercado brasileiro náutico vive um momento único. Com a crise, muitas empresas estrangeiras passaram a ver o País como uma nova prioridade.”
Luxo em alto-mar: com 76 pés, o Intermarine 760 Full será o maior barco na exposição. O projeto é da italiana Azimut, mas a fabricação é do estaleiro Intermarine, líder em lanchas de alta performance no Brasil. Ele tem capacidade para 24 passageiros e a velocidade de cruzeiro é de 30 nós (55 quilômetros por hora).
Preço estimado: R$ 7 milhões
www.intermarine.com.br
Visão panorâmica: o estaleiro Ferretti Spirit lança no Brasil o Ferretti 592. Com 18 metros de comprimento, a marca registrada dessa embarcação são as grandes janelas, que permitem visão panorâmica do mar. A velocidade de cruzeiro é de 25 nós (46 quilômetros por hora) e há espaço para seis passageiros.
Preço estimado: R$ 4,5 milhões
www.spiritferretti.com.br
Na área náutica, os investimentos internacionais acabam beneficiando diretamente os fabricantes nacionais. É o caso dos brasileiros Spirit Ferretti e Intermarine, que têm licenças para reproduzir barcos de empresas europeias. “Enquanto o mercado global passa por um período de retração, no Brasil nossos modelos são exemplo de sucesso”, afirma Nelson Waisbich, diretor da Spirit Ferretti, estaleiro brasileiro com licença para produzir os barcos da italiana Ferretti. Dos quatro modelos que a marca traz para o Brasil neste ano, todos chegam com unidades 100% vendidas. “Por aqui, a crise já ficou para trás”, concorda Allysson Yamamoto, coordenador de marketing da Intermarine, estaleiro líder em lanchas de alta performance no Brasil. Com embarcações avaliadas sempre em alguns milhões de dólares, a Intermarine fabrica sob licença os barcos da italiana Azimut Yachts. Os modelos, porém, são adaptados para o mercado nacional. “O que produzimos com o desenho da Azimut exige certa tropicalização, pelo fato de o Brasil possuir um clima mais ameno do que o europeu”, afirma o executivo. Segundo ele, os barcos produzidos em solo nacional têm a popa prolongada e áreas externas maiores. Na Europa, o clima frio faz com que os navegantes fiquem mais tempo confinados na cabine. É da Intermarine o maior barco da feira, o Intermarine 760, que custa cerca de R$ 7 milhões. Detalhe: embora seu preço seja salgado, o barco já foi vendido para um empresário brasileiro.
Mais em conta: na categoria dos barcos mais acessíveis, um dos destaques é o Fs230 Scappare, construído pela FS Boats, estaleiro com sede em Florianópolis, em Santa Catarina. Com sete metros de comprimento, possui espaço para a instalação de uma plataforma de mergulho.
Preço estimado: R$ 79 mil
www.fsboats.com.br
Diversão radical: além de fabricar jatos, a canadense Bombardier possui um braço para praticantes de esportes de lazer. Para a feira, a empresa traz o RXT 255 iS. Cerca de 20% mais leve que a média dos jet skis, o modelo vem ainda com sistema exclusivo de suspensão eletrônica adaptado para as diferentes condições do mar. Carrega três pessoas confortavelmente.
Preço estimado: R$ 75,3 mil
www.brp.com/pt-br
Para receber a família:a Phantom 300 é a maior aposta da Schaefer Yachts, estaleiro brasileiro líder no mercado de barcos de 50 pés ou inferiores. A lancha, de 30 pés, transporta até dez pessoas e possui cama de casal na cabine e um sofá-cama que pode abrigar ainda outras duas pessoas no pernoite.
Preço estimado: R$ 330 mil
www.schaeferyachts.com.br
Apesar de nos últimos anos o setor ter crescido em ritmo veloz, o Brasil tem um imenso potencial inexplorado. Os números revelam isso. Enquanto os estados unidos possuem uma frota aproximada de 13 milhões de barcos de recreação, de acordo com a The National marine Manufacturers Association, uma associação do setor, o Brasil tem apenas 180 mil embarcações, segundo dados da Associação Brasileira dos Construtores de Barcos e seus implementos (Acobar). O País conta com 151 estaleiros em atividade, que, no ano passado, produziram 4,4 mil embarcações. “O produto nacional tem a mesma qualidade, a mesma performance, mas conta com a vantagem de ser mais barato”, diz Lenilson Marcelo Bezerra, diretor executivo da Acobar.