Papéis avulsos

A compra de uma unidade da WTorre pela BR Properties agradou o mercado. Na quarta-feira 14, dia da transação, o volume de negócios com as ações da empresa subiu para R$ 23 milhões, ante uma média diária de R$ 8,7 milhões desde a abertura de capital, realizada em março de 2010. Na quinta-feira 15, o volume avançou para R$ 77 milhões e a ação subiu 1,5%. Segundo Guilherme Vilazante, analista do banco Barclays, a aquisição é positiva. “A BR Properties poderá acelerar seu crescimento e dobrar de tamanho usando apenas ações, sem comprometer seu caixa e criando um gigante no setor, aproximadamente quatro vezes maior que seu principal concorrente”, diz ele.

 

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Mesmo notando que há espaço para a redução do custo do capital para a empresa e também para um aumento da liquidez das ações, Vilazante avalia que as perspectivas de alta dos papéis são limitadas, pois a unidade da WTorre foi adquirida com um desconto de apenas 5% e as oportunidades de sinergias são poucas. O principal ponto em que as empresas poderão cortar custos é na redução de pessoal administrativo. Outro ponto positivo para as ações da BR Properties é que as duas empresas vão formar um gigante do setor de locação de imóveis comerciais, com forte poder de barganha junto aos locatários (leia mais sobre a transação aqui).

 

 

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Quem vem lá


Tim quer dinheiro, e a matriz arruma

 

A TIM fará uma nova emissão de ações, distribuindo 190,8 milhões de papéis ordinários. Também serão emitidos American Depositary Receipts (ADR). Os acionistas não terão direito de preferência na reserva, mas terão direito a subscrever os papéis por um preço definido. A Telecom Itália, que controla a TIM, informou que pretende comprar até 66,94% das ações vendidas, evitando diluir sua participação na companhia brasileira. 

 

Fique de olho: A empresa ainda não informou o valor de venda dos papéis. A estimativa é de que a oferta possa chegar a um total de R$ 2 bilhões. 

 

 

 

 

Educação financeira

 

No livro Taxa de Câmbio no Brasil, o economista Márcio Holland organizou uma série de estudos e pesquisas da Escola de Economia de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas (FGV), permitindo uma análise da relação entre taxa de câmbio e assuntos como o crescimento econômico, comércio exterior e poupança. Editora Campus/Elsevier, 320 páginas, R$ 69,90.

 

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Destaque no pregão


Amil na mira do governo

 

A Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) recomendou que a Amil, de Edson Godoy Bueno, se desfaça de alguns ativos absorvidos com a compra do controle da Medial, anunciada em novembro de 2009. Segundo a secretaria, a medida é necessária, pois a operação tem “possibilidades significativas” de ameaçar a competitividade do setor. A Seae recomendou que a Amil venda as carteiras de alguns planos médicos em Mogi das Cruzes e outros ativos em Diadema, cidades na região metropolitana de São Paulo. O parecer da secretaria será enviado ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que tem a palavra final.

 

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Palavra de analista: Ainda não é possível avaliar qual seria o impacto na Amil se a recomendação for cumprida. “A questão mais importante é que grande parte da transação, que envolve estrutura e pessoal, já foi feita e é irreversível”, diz Iago Whately, analista da Fator Corretora. No dia seguinte ao anúncio, o mercado não chegou a uma conclusão sobre a notícia. Os papéis da Amil oscilaram entre um ganho de 1,19% e uma perda de 4,24%, para fechar estáveis no  fim do pregão. A recomendação da Fator não mudou com a notícia e continua sendo de manutenção dos papéis, com preço-alvo de R$ 19,80.

 

 

 

Touro x Urso

 

O humor dos mercados internacionais melhorou ao longo da semana, devido à repercussão positiva da ajuda da França e Alemanha à Grécia na quarta-feira 14 e à ação coordenada dos bancos centrais da Europa e dos Estados Unidos para garantir liquidez aos bancos europeus, anunciada na quinta-feira 15. Essas notícias afastaram a hipótese de uma crise sistêmica na banca europeia, que vinha azedando o humor dos investidores internacionais. Mesmo assim, apesar de os mercados mais importantes terem avançado, a bolsa brasileira não se animou nos últimos dias. Além da aproximação do vencimento de opções na segunda-feira 19, com a tradicional briga entre “comprados” e “vendidos”, os investidores estrangeiros continuam tirando recursos do mercado, o que impede qualquer valorização sustentável.

 

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Mercado em números


Telesp 


R$ 1,25 bilhão – É o valor bruto aprovado pela Telesp para pagamento de juros sobre capital próprio aos acionistas, referente ao exercício social de 2011. O valor será aplicado com base na posição acionária do  dia  30  de  setembro  de  2011. 

 

 

Daycoval


R$ 12 milhões – É o valor de referência agregado máximo para as operações com swaps que o Banco Daycoval poderá realizar. A instituição aprovou a renovação do contrato para as operações por meio de fundos de investimentos geridos pelo Credit Suisse.

 

 

MPX


US$ 216,7 milhões - É o valor máximo a que estão limitadas as operações de hedge e derivativos que a MPX Energia poderá contratar para se proteger de flutuações cambiais, relativas à participação de 70% na Usina Termoelétrica (UTE) Parnaíba. O prazo máximo aprovado pelo Conselho de Administração é de 12 meses.

 

 

Marcopolo


3 mil - É a previsão de vendas de ônibus e chassis da Marcopolo até 2016 na recém-constituída jointventure com o grupo russo OJSC KAMAZ. A nova companhia deve começar suas operações em 2012, quando a projeção de vendas é de 250 unidades.

 

 

 

 

 

 

Pelo mundo


Philips reduz gastos

 

A empresa holandesa Philips anunciou uma ampliação de seu corte de gastos. O CEO da empresa, Frans van Houten, informou que as economias, antes estimadas em 500 milhões de euros, passarão para 800 milhões de euros. As ações subiram 3,92% no dia do anúncio.

 

 

 

Dell amplia recompra de ações

 

A gigante de tecnologia Dell aprovou um aumento de US$ 5 bilhões em seu programa de recompra de ações, que antes era de US$ 2,16 bilhões. Na quarta-feira 14, dia seguinte ao anúncio, os papéis subiram 3,3%. 

 

 

 

Mais um gestor para o time de Buffett

 

A gestora de recursos Berkshire Hathaway, do megainvestidor Warren Buffett, acaba de anunciar a contratação de mais um gestor. O escolhido foi Ted Weschler, 50 anos, que atua na americana Peninsula Capital Management. Weschler será o segundo gestor a assumir um posto na companhia e deve iniciar suas atividades no início de 2012. A gestora já conta com Todd Combs na equipe desde 2010. 

 

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Personagem


Menos comandantes na Gol

 

A Gol Linhas Aéreas Inteligentes anunciou, na terça-feira 13, uma nova estrutura administrativa. Ela reduziu as diretorias de 25 para 21, e cortou uma das quatro vice-presidências. A iniciativa visa a aumentar a agilidade na tomada de decisões da companhia. O comportamento das ções não tem sido bom. No ano, os papéis acumulam uma queda de quase 50%, reflexo do aumento consistente dos preços dos combustíveis e das perspectivas de desaquecimento da economia mundial, que podem reduzir significativamente o faturamento das companhias aéreas em geral. Leonardo Pereira, vice-presidente de finanças, relações com investidores, estratégia e TI da Gol conversou com a DINHEIRO. 

 

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Leonardo Pereira: em busca da agilidade perdida

 

Qual é o objetivo dessa mudança na estrutura gerencial da Gol? 

Queremos agilizar nossas decisões. No princípio, a Gol era uma companhia muito ágil para decidir, e, agora que crescemos, queremos resgatar os pontos positivos que tínhamos antigamente, e esse é um deles. 

 

A nova estrutura vai ajudar a empresa a reduzir custos? 

Vai ajudar a reduzir custos, sim, mas, indiretamente, por meio de uma agilidade maior na tomada e na implementação das decisões. Mas esse não é o objetivo principal da nossa reestruturação.

 

A empresa avalia em quanto pode ser essa economia?

Sim, nós temos uma estimativa de quanto vamos economizar, mas não queremos discutir publicamente essa questão agora.

 

Quantos funcionários saem da empresa com a decisão?

Apenas cinco: os quatro diretores e uma vice-presidente. Algumas dessas pessoas já pensavam em deixar a companhia, então o que fizemos foi apenas não realizar novas contratações. 

 

A empresa estuda reestruturar outros departamentos?

Não, o processo está concluído.

 

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Está sendo tomada mais alguma medida de corte de custos?

Sim, mas o plano de redução de gastos que anunciamos recentemente não tem ligação com essa nova estrutura. 

 

Muda algo na aquisição da Webjet?

Não muda nada, tudo prossegue como o planejado.

 

A Gol está transformando o Smiles em uma companhia independente. Isso ajuda a compensar as perdas cíclicas do setor?

Sim. Todo programa de relacionamento é um atenuante para as variações de qualquer empresa aérea. A Gol busca inclusive dar mais autonomia para esse programa para torná-lo mais maduro. 

 

Vocês planejam separar o Smiles da Gol?

Consideramos que o Smiles é um programa muito relevante e queremos que ele cresça, mas ainda não pensamos se vamos ou não realizar um spin-off dessa unidade.  

 

 

Colaboraram Érica Polo e Lilian Sobral