29/05/2015 - 20:00
Poucas empresas surfaram tão bem na onda da distribuição de renda da última década, como a CVC, agência de viagens baseada em Santo André, no ABC paulista, cujas receitas somaram R$ 4,9 bilhões em 2014. Criada pelos empresários Guilherme Paulus e Carlos Vicente Cerchiari em 1972, a companhia começou vendendo passagens rodoviárias e pouco a pouco se tornou a principal referência do setor de viagens, graças à comercialização de pacotes turísticos de lazer. Na terça-feira 26, a CVC, que foi adquirida em 2009 pelo fundo americano Carlyle, deu mais um salto audacioso, desta vez no segmento corporativo, com o anúncio da aquisição da B2W Viagens e Turismo, que opera com a marca Submarino Viagens.
A conta de R$ 80 milhões será paga em 10 anos, através dos recursos gerados com a venda de passagens no site. A transação é vista como estratégica, pois reforça a divisão online da CVC, além de adicionar um faturamento de R$ 600 milhões por ano, obtido pela Submarino em 2014. “Nossa força sempre esteve no segmento de férias, que representa apenas um terço do mercado de viagens”, afirma Luiz Eduardo Falco, presidente da CVC. “Agora, poderemos ampliar ainda mais nossa presença na internet.” A aquisição da Submarino Viagens coloca a CVC como a principal consolidadora do setor. “Em momentos de crise sempre surgem oportunidades de aquisição ou de associações”, diz o consultor José Eduardo Marino Neto, presidente da BSH International, especialista no setor turístico.
“E leva vantagem quem está capitalizado.” Este parece ser o caso da CVC, que vive um momento de acelerada expansão desde dezembro de 2014. No balanço do período janeiro-março, a operadora obteve faturamento de R$ 1,5 bilhão, levando-se em conta as reservas embarcadas, e lucro operacional de R$ 120,7 milhões, 20% acima do registrado em igual período de 2014. Apesar da compra da Submarino, a CVC não pretende abrir mão de seu canal tradicional, composto de 900 pontos de venda exclusivos. “Vamos abrir 100 lojas neste ano”, afirma Falco.