28/09/2011 - 21:00
Marcio Moraes é um empresário que tem sua imagem associada à figura de um viajante. Mas, na verdade, sua trajetória de vida o credenciaria mais como um explorador, atento a cada detalhe dos lugares que visita. Com 151 destinos carimbados em seus 18 passaportes, Moraes se tornou o “senhor turismo” do Brasil e transformou a paixão por viagens em um negócio. Hoje, ele dirige, ao lado da sócia, Flávia Bravo, o grupo Companhia, uma referência mundial no setor de promoção de serviços de turismo. Contudo, o céu nem sempre foi de brigadeiro para esse típico self-made man, que, nos últimos 35 anos pelo mundo, teve de enfrentar algumas turbulências. E não apenas nos voos.
Mecenas: Além de provocar o desejo de viajar nas pessoas, com seu programa e revista,
Moraes agora vai premiar as melhores empresas do setor de serviços de turismo
Nascido em 1959, filho de uma empregada doméstica e de um policial, Moraes teve uma infância e uma adolescência humildes. Aos 17 anos, com a morte do pai, saiu de sua casa, em Belo Horizonte, e partiu rumo à desconhecida cidade de Nova York. Nos EUA, contou com a ajuda providencial de um escultor mineiro, que o ajudou a se bancar na Big Apple. Passou, então, a trabalhar em restaurantes e hotéis até juntar dinheiro suficiente para custear seus estudos em marketing na Columbia University. Foi nesse período que começou a vislumbrar um futuro entre rotas turísticas. “Sempre digo que o vento é que manda em nossas vidas”, afirma o empresário. “Fui aos Estados Unidos sem saber uma palavra de inglês. Mas o meu desejo de conhecer novas culturas criou a possibilidade de aprender, na prática, a lidar com os diferentes hábitos e costumes dos outros.” As correntes de ventos o levaram não só a desbravar destinos em vários países, mas também em mercados desconhecidos, como o editorial, o da televisão e da internet.
Fundamentado na sua experiência em viagens, Moraes comanda o programa de tevê Companhia de viagem, exibido aos domingos às 15h na RedeTV!, um site e uma revista bimestral, todos com o mesmo nome. “Hoje, revejo a primeira matéria que fiz, há 17 anos, e não acredito que usei aquele terno e aquele corte de cabelo”, disse à DINHEIRO, em seu escritório na Vila Olímpia, em São Paulo. “Mal sabia me comportar diante das câmeras.” Essas atividades levaram Moraes a ser convidado por empresas atuantes no mercado turístico brasileiro, como a companhia aérea chilena LAN, para organizar encontros entre empresários do ramo no País. Ele diz receber cerca de três convites por semana de países interessados nos turistas brasileiros. “Fui o responsável pela vinda da Singapore Airlines, que começou suas operações aqui em março”, afirma Moraes. “E também por apresentar toda a beleza e o luxo da ilha asiática ao brasileiro.”
“Com sua capacidade de mexer com o imaginário das pessoas,
Flávia trouxe ao negócio o savoir vivre”, diz Moraes sobre a sócia, Flávia Bravo
O contrário também sempre acontece. Toda vez que participa de reuniões no Exterior, faz questão de se portar como um embaixador do que há de melhor no modo brasileiro de viver. “Sempre valorizo o lado positivo”, diz. “Além do mais, temos as praias mais bonitas do mundo, restaurantes superqualificados, hotéis estruturados e somos o povo mais hospitaleiro que conheço.” Preocupado em oferecer soluções que incrementem o turismo tanto para o turista quanto para o setor, há três anos e meio, Moraes convidou Flávia para ser sua sócia. “Ela trouxe o conceito de ‘savoir vivre’ para a empresa, com sua capacidade incrível de encontrar formas que mexam com o imaginário e o inspiracional das pessoas que viajam”, diz Moraes.
Uma das ideias de Flávia é o Prêmio Destaque Companhia de Viagem, cuja primeira edição vai acontecer no dia 30 de novembro, no Hotel Hyatt, de São Paulo, e contemplará 12 empresas do setor do turismo que melhor ofereceram serviços aos usuários. “Será um dia de carpete vermelho e com direito a traje de gala”, diz Flávia. Enquanto a sócia explica, com a ajuda de seu iPad, as categorias da premiação, Moraes lança um olhar ao longe, como se projetasse uma nova viagem. De repente, ele dá a pista da nova empreitada que ambiciona: “Quero ser ministro do Turismo nem que seja por um dia.”