Os membros da família Setubal são vistos pelo mercado como gestores de extrema competência no comando dos negócios do grupo Itaú. Não é à toa que, na semana passada, o banco anunciou um lucro recorde de R$ 6,4 bilhões nos últimos nove meses. É de se esperar, portanto, que os investimentos da família se concentrem no universo das finanças. Certo? Errado. Bruno Setubal, de 25 anos, neto do lendário Olavo Setubal, presidente do conselho de administração do Itaú, e filho de Olavo Setubal Junior, que atua na Itaú Seguros, está apostando em pizzas de calabreza, mozzarella, marguerita… Ele é o novo sócio investidor de A Tal da Pizza, tradicional pizzaria paulistana que acaba de abrir uma unidade no bairro do Itaim. ?Gosto de fazer pizza e a oportunidade de me associar a eles foi ótima?, diz Bruno Setubal. ?É um hobby que virou negócio.? Um negócio que consumiu R$ 1 milhão.

Além do novo restaurante no Itaim, A Tal da Pizza está em outros dois pontos: na Granja Viana, a 24 quilômetros de São Paulo, e em Miami, nos Estados Unidos. Setubal, contudo, não tem participação nestes dois. A idéia é expandir o grupo com mais um restaurante em São Paulo, outro em Juquehy, litoral norte de São Paulo, e, quem sabe, no Rio de Janeiro. ?A marca é muito forte?, diz Setubal. Fundada em 1991 pelo empresário Luiz Freitas, a pizzaria começou como brincadeira. Ele preparava pizza para os amigos e, de tantos elogios, resolveu abrir para clientes. Fez fama.

O segredo da pizza, dizem as herdeiras de Freitas, está nos detalhes. A água usada na massa, por exemplo, vem de uma fonte específica em Cotia. Na unidade de Miami, é usada a marca Evian. Cibele Freitas, uma das sócias, é quem estuda o cardápio e faz experiências na cozinha. Uma de suas criações mais badaladas é a pizza Au Champagne, que custa R$ 120 e leva trufas brancas, queijo mascarpone, sal marinho cristal, sementes de papoula e azeite trufado. ?Demorei dois anos para criá-la?, diz Cibele. O crítico de gastronomia Josimar Melo, faz, porém, algumas ressalvas. ?O produto é bom, mas o atendimento não se encaixa no perfil do público do Itaim?, diz ele, referindo- se ao costume de servir a pizza para ser degustada com as mãos.

?Na unidade da Granja Viana, esse modelo funciona, mas em São Paulo o perfil deveria ser outro.?