Papéis avulsos

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) estendeu até 23 de fevereiro o prazo para Rubens Ometto, controlador do grupo Cosan, defender-se da acusação de utilizar informação privilegiada. Ometto é acusado de, em 2007,  ter vendido ações da Cosan antes de anunciar a criação da holding Cosan Limited, uma empresa sediada fora do Brasil. Pela proposta, o empresário obteria ações com direitos especiais de voto. A proposta contrariava as regras do Novo Mercado, onde a Cosan é listada, e faria os papeis despencarem. A mudança societária foi alterada pela bolsa, mas as ações custaram a se recuperar. No entanto, apesar dos arranhões à reputação, o impacto nas ações será pequeno a partir de agora. “É um processo antigo”, diz Rodrigo Blanco, analista do banco Fator. O Grupo Cosan não se manifestou sobre o assunto e Ometto só falará com a CVM. 

 

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Touro x Urso

 

O mercado brasileiro tem conseguido reduzir a influência das más notícias internacionais e se concentrar nas boas perspectivas para a economia interna. Assim, o Índice Bovespa vem mantendo, nos primeiros dias de janeiro, uma sólida trajetória de alta. Na semana, até a quinta-feira 19, a variação do índice foi de 3,3%. A bolsa deve apresentar uma breve realização de lucros no curto prazo, mas a tendência é positiva, pois a maioria das ações ainda está barata.

 

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Concessão


EcoRodovias derrapa no pedágio da BR 101

 

A EcoRodovias venceu o leilão para explorar, por 25 anos, os 476 quilômetros da rodovia BR 101 no trecho que liga os Estados do Espírito Santo e Bahia. A empresa concedeu um deságio de 45,63% na tarifa do pedágio e deve cobrar R$ 0,03391 por quilômetro. Desagradou aos investidores o fato de a empresa ter entrado sozinha na disputa. Na quarta-feira 18, dia do leilão, as ações da EcoRodovias caíram 5,39% após o anúncio do resultado. Para os analistas da corretora Votorantim, a percepção negativa deve persistir no curto prazo, enquanto não houver mais informações sobre o consórcio e o modo de financiamento.

 

 

 

 

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Quem vem lá


Livraria Cultura nos livros da Bolsa

 

A Livraria Cultura pretende abrir capital em dois ou três anos. A rede, comandada por Pedro Hertz, aposta que a classe C vai criar o hábito de ler e comprar livros com a continuidade do aumento da renda. Até lá, a Cultura pretende expandir seu negócio em novas praças. No ano passado, inaugurou lojas no Rio de Janeiro e Curitiba. Neste ano, quer chegar a Manaus, Recife e cidades do ABC paulista. Para tanto, a rede conseguiu um empréstimo de R$ 31,7 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

 

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Fique de Olho:  Embora continue sob o comando da família Hertz, a companhia vem adotando práticas de governança corporativa. Em 2012, a Cultura pretende faturar R$ 450 milhões, 25% mais do que no ano passado

 

 

 

 

Destaque no pregão


Caminhão de dividendos da Vale

 

As ações da Vale brilharam na terça-feira 17. As preferenciais subiram 4,1% e as ordinárias, 5,11%. O conselho de administração aprovou o pagamento de US$ 6 bilhões em dividendos, valor 50% superior ao pago em 2010. Os investidores também ficaram animados com a alta de 9,5% do Produto Interno Bruto chinês, mostrando que a demanda por minério do principal cliente da mineradora continuará aquecida este ano.

 

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Palavra de analista: 

Para Luis Gustavo Pereira, analista da UM Investimentos, alguns investidores temiam uma queda nos dividendos, mas isso não se confirmou. “O dividendo da Vale surpreendeu o mercado”, diz. A corretora Planner recomenda a compra das ações por achar que a companhia deverá apresentar um bom desempenho em 2012. 

 

 

 

 

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Mercado em números

 

Cyrela

R$ 6,49 bilhões - Foi o total de vendas da construtora em 2011, um crescimento de 5,3% em relação ao resultado do  ano anterior. 

 

BR Malls 

R$ 5,3 bilhões – Foi o total de vendas dos shoppings da BRMalls no quarto trimestre de 2011, um crescimento de 19,3% em relação a 2010.


Rossi

R$ 4,2 bilhões - Foi o valor dos lançamentos da Rossi no ano passado, montante 26% superior ao observado um ano antes.

 

Itaú Unibanco 

R$ 0,288 – Por ação será o valor pago pelo Itaú Unibanco aos acionistas em forma de juros sobre o capital próprio até o dia 30 de abril. 

 

MMX

US$ 2,3 bilhões - Foi quanto a inglesa Ferrous ofereceu por 53% da mineradora brasileira. A MMX nega o interesse no negócio

 

Bradesco 

30% - Do capital ordinário do banco poderá ficar nas mãos de estrangeiros, autorizou o governo brasileiro. O banco pretende lançar ações nos EUA.

 

 

 

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Pelo mundo


Lucro do Citi cai e ações também

 

O lucro do Citigroup caiu 11% no quarto trimestre, abaixo das expectativas do mercado. O banco lucrou US$ 1,16 bilhão ou US$ 0,38 por ação, ante uma projeção de US$ 0,49 por ação. Segundo comunicado do banco, houve fuga de clientes por conta dos receios com a crise na Europa. Na terça-feira 17, dia do anúncio do resultado, as ações caíram 8,21%.

 

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Italiana ENI venderá distribuição de gás

 

O governo italiano definiu, na quinta-feira 19, que a estatal petrolífera ENI terá de vender suas atividades de distribuição de gás, avaliadas em US$ 7,6 bilhões. A decisão encerra uma disputa de mais de dez anos com a estatal, que relutava em se desfazer dessa atividade e abrir espaço à concorrência. No dia do anúncio, as ações da ENI subiram 3,06%, para E 17,60. 

 

 

GOOGLE teve resultado abaixo do esperado

 

O Google anunciou na quinta-feira 19 que seu lucro no quarto trimestre subiu menos que o esperado. O lucro foi de US$ 2,7 bilhões, alta de 6,4% ante 2010, mas o faturamento subiu 25%. Vendas fracas na Europa afetaram o resultado. No dia da divulgação as ações chegaram a cair, mas fecharam com alta de 1%, a US$ 639,57.

 

 

 

 

Personagem


Mundial no Novo Mercado

 

Depois de mais de um ano tentando, Michael Ceitlin, presidente da Mundial, obteve aprovação dos acionistas para listar sua empresa no Novo Mercado. A migração vai reduzir custos e obter US$ 50 milhões de um fundo de investimentos dos Estados Unidos. Ceitlin falou com à DINHEIRO logo após o encerramento da assembleia, na quinta-feira 19:

 

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Michael Ceitlin, presidente: redução de dívida e aporte de recursos

 

Quando as ações serão listadas no Novo Mercado?

Ainda há alguns trâmites, como conceder direito de recesso aos acionistas que não concordarem com os termos de troca para as ações preferenciais. Acredito que estaremos no Novo Mercado na primeira quinzena de março.

 

Por que a empresa decidiu migrar?

A migração facilita nosso acesso ao crédito e a novos investidores. Temos uma dívida fiscal de R$ 400 milhões que vem sendo reduzida por meio da venda de imóveis não operacionais. A migração vai permitir captar empréstimos mais baratos e também receber novos investidores, que estavam esperando apenas essa mudança para entrar.

 

Quem vai investir na companhia?

Já estamos acertados com a gestora de fundos americana Yorkville Advisors, que vai investir US$ 50 milhões. Esse dinheiro deverá chegar por meio de uma emissão de novas ações. Só não fizemos isso até agora porque não queríamos emitir ações e migrar para o Novo Mercado ao mesmo tempo.

 

E o acionista que discordar da relação de troca?

Nossa proposta é de 80%, ou seja, cada ação preferencial terá direito a 0,8 ação ordinária. Os acionistas que não concordarem terão o direito de recesso, até o dia 18 de fevereiro, e o preço de recompra é de R$ 0,32 por ação.

 

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Colaboraram: Fernanda Pressinott e Fernando Teixeira