O mundo globalizado, sem fronteiras, exige que os executivos de grandes corporações se desdobrem para acompanhar o desempenho de suas empresas em todos os continentes. Nova York pela manhã, Paris no almoço e Hong Kong no jantar. É uma jornada insana, mas não impossível. De olho nessa correria do mundo corporativo, uma companhia americana, a Aerion, está desenvolvendo o primeiro jato supersônico para aviação executiva. O Supersonic Business Jet (SBJ), projeto com previsão de decolar em 2011, é a grande aposta da empresa em um mercado que cresce vertiginosamente. Dados da consultoria americana Teal Group mostram que, entre 1995 e 2004, foram entregues 5,4 mil jatos executivos ao redor do mundo. Para os próximos dez anos, prevê-se outras 7,4 mil aeronaves. A chegada do jatinho supersônico, portanto, promete acelerar a disputa pelo mercado. O SBJ, estimam os engenheiros, alcançará a velocidade de Mach 1.6, o equivalente a 1.960 Km/h. Com essa velocidade, ele é capaz de fazer o trajeto Nova York/Paris em apenas 4h15min ? um jato convencional leva 7h30min. É o caso de lembrar do antigo ditado, tempo é dinheiro.

O preço desse brinquedo é proporcional à velocidade que ele alcança os 15,5 mil metros de altura. Estima-se que cada exemplar, com espaço para 12 passageiros, custará cerca de US$ 80 milhões. O difícil, neste caso, é convencer alguém de que o avião é 100% seguro depois do terrível acidente com o Concorde, em 25 de julho de 2000. Na época, a aeronave da companhia aérea Air France caiu logo depois de decolar matando 112 pessoas. Depois da tragédia, os vôos com este tipo de avião foram suspensos, retornaram em 2001 e, com receio de novas quedas, o Concorde foi aposentado. Para os românticos da aviação, surge uma esperança de ver outra portentosa aeronave riscando os céus.