05/01/2011 - 21:00
A conta está registrada no Orçamento-Geral da União recém-aprovado. Para muitos, essa estimativa de receitas e gastos, que é votada a cada virada de ano, não passa de uma mera peça de ficção, dado que o planejamento nunca é cumprido na íntegra. Mas, evidentemente, trata-se de uma boa pista de como seguirá a gestão econômica do País no ano que se inicia. A análise cuidadosa de alguns capítulos do Orçamento 2011 traz gratas surpresas e áreas para apostas do setor privado que se mostram promissoras.
O governo Dilma conseguiu, por exemplo, mais R$ 1 bilhão para o Programa Bolsa Família, o que possibilitará o aumento no valor do benefício de milhões de atendidos e a eventual inclusão de novas famílias.
A leitura por trás desse movimento é óbvia: a escalada do consumo das classes C e D, que já vinha se verificando, tende a se acentuar. E, por tabela, a produção e as vendas de diversos setores para esse público serão incrementadas.
O PAC, maior bandeira de ação da presidente, recebeu outros R$ 3,3 bilhões que haviam sido cortados da proposta inicial em análise no Congresso. Com isso serão quase R$ 44 bilhões de investimentos no programa ao longo do ano.
Empreiteiras, empresas fornecedoras de máquinas e insumos, entre outras, deverão estar atentas às oportunidades que se abrem por essa via. O Orçamento consolidado prevê receitas da ordem de R$ 990,5 bilhões.
E mesmo os trabalhadores estão contemplados na planilha de investimentos, com o número fechado de R$ 540 para o salário mínimo. Como termômetro dos gastos com previdência, assistência social e seguro-desemprego, o salário mínimo já definido põe ordem e previsibilidade em parte das despesas correntes.
E, de quebra, ajuda o governo a conquistar um desempenho fiscal positivo. Se as contas públicas caminharem dentro do cenário previsto, é possível imaginar um 2011 ainda mais animador para a economia e o mercado interno. E tudo isso sem contar a força da iniciativa privada, que vem motivada pelo desempenho do PIB de mais de 7% de crescimento em 2010.