OS EDIFÍCIOS COMERCIAISmais valorizados nos Estados Unidos têm, em média, 50 anos. É difícil lembrar se existe em São Paulo e no Rio de Janeiro, os dois principais centros econômicos brasileiros, um prédio nessa idade que possa ser considerado de nível A. Eles vão se degradando com o passar dos anos, perdem valor de mercado e corroem o bolso do investidor. A decadência pode significar até 60% de queda no preço do metro quadrado no bolso do investidor em cinco anos, estima Celina Antunes, principal executiva da Cushman & Wakefield (C&W) para a América do Sul. “Existem muitos antigos prédios de luxo que viraram classe C em São Paulo e no Rio e ninguém mais se interessa em investir neles”, afirma. Precisa ser assim? Ela garante que não.A empresa de Celina é especializada em gestão de imóveis comerciais.

Com sede em Nova York, ela atua no Brasil desde 1994. O apetite crescente dos fundos de investimento e de previdência pelo setor imobiliário tornou o mercado brasileiro um pote de ouro para a C&W e concorrentes como a Colliers, a CB Richard Ellis e a Jones Lang LaSalle. Essas e outras companhias especializadas garantem a manutenção contínua dos edifícios comerciais e, na ponta do lápis, conseguem reduzir as despesas. Além disso, cuidam para que os contratos de aluguel tenham pouca rotatividade e os conjuntos vagos não interfiram no preço a ser pago. “O principal trabalho dessas empresas é o monitoramento contínuo para o edifício ficar em boas condições de mercado”, diz Rossano Nonino, diretor da Brazilian Capital, companhia que administra R$ 3 bilhões em ativos imobiliários.

A C&W ADMINISTRA R$ 1 BILHÃO EM EDIFÍCIOS NO BRASIL

No ano passado, a C&W contabilizou a administração de imóveis avaliados em R$ 1 bilhão no Brasil. Com a chegada dos novos investidores atraídos pela melhor classificação do risco do País, é provável que esse número ganhe cifras expressivas nos próximos anos. “Os investidores profissionais exigem prédios geridos por profissionais”, afirma Celina. Só no primeiro trimestre deste ano, a meta da subsidiária brasileira está 28% acima do orçamento anual. Esse crescimento está ligado ao aumento da oferta de espaços comerciais. Os 17 milhões de moradores de São Paulo dispõem de 10 milhões de m2 de estoque de prédios comerciais, número igual ao da cidade canadense de Calgary, cuja população é de 700 mil habitantes. Pelo levantamento da consultoria Jones Lang La- Salle, a cidade paulistana deve ganhar 2,5 milhões de m2 em escritórios de alto padrão até o final de 2008.