Os juros são vantajosos, o investimento é seguro e o governo garante a liquidez. Mesmo assim, a fatia da dívida pública nos portfólios das pessoas físicas, por meio do Tesouro Direto, representa R$ 15,4 bilhões ou apenas 0,7% do estoque total da dívida pública. Embora o programa tenha crescido 33% nos últimos 12 meses e esteja atendendo 463 mil investidores, os diretores do Tesouro avaliam que o potencial é bem maior do que esse. Nesta terça-feira 10, será lançado um programa para simplificar os investimentos e atrair mais clientes.

“O investidor tem dificuldade em decidir sozinho, por isso vamos simplificar a aparência do site e apresentar um questionário para facilitar o entendimento dos diferentes tipos de papel”, diz Paulo Valle, subsecretário do Tesouro Nacional. Um estudo encomendado pelo Tesouro identificou que investidores tinham dificuldade para entender a diferença entre as opções de aplicação, que atualmente mais parecem uma sopa de letrinhas. Para facilitar a compreensão, os títulos terão no nome o tipo de aplicação a que estão relacionados.

Assim, um título que hoje é identificado pela sigla LFT (Letra Financeira do Tesouro) com remuneração atrelada à Selic e vencimento em 2017 passará a se chamar Tesouro Selic 2017. Já as NTN-Fs (Notas do Tesouro Nacional -série F) que também têm rendimento prefixado, mas pagam juros semestrais, passam a ser chamadas de Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2025. Além disso, a BM&FBovespa vai aumentar a comissão repassada aos bancos e corretoras na venda desses títulos. Segundo o gerente de relacionamento com o investidor do Tesouro, André Proite, hoje os gerentes oferecem aos clientes os produtos mais rentáveis para o banco, geralmente fundos de investimentos geridos pela própria instituição.

Muitas vezes, é o próprio cliente que pergunta sobre o Tesouro Direto. “Com o aumento da remuneração, esperamos que a recomendação do investimento se torne mais comum.” Outra vantagem dos títulos do Tesouro Direto em comparação a outros investimentos de renda fixa é que a remuneração independe do valor, permitindo quantias a partir de R$ 30. Os títulos podem ser de curto, médio e longo prazos, com rendimentos atrelados a juros, inflação ou outros indicadores. O desafio do Tesouro Nacional, agora, é convencer um número ainda maior de pessoas de que elas também podem se tornar credoras do governo.