Um grande desafio econômico se apresenta ao Brasil nessa virada de ano: provar, através de resultados consistentes do PIB em 2013, que a retomada está em curso. Embora tímidos e abaixo das expectativas, os números de crescimento da produção e consumo voltaram a aparecer nos últimos meses. Decidido a acelerar o processo, o governo tomou uma série de medidas estimuladoras como a desoneração da folha de pagamentos do varejo e a prorrogação do IPI reduzido para carros, linha branca e móveis. A presidenta Dilma já estabeleceu como maior bandeira de luta a queda dos impostos. Determinou também que o BNDES abra as torneiras do crédito no início de 2013, propiciando liquidez ao mercado. 

 

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O pacote de bondades oficiais almeja incrementar consumo, produção e competitividade do parque nacional. Os incentivos fiscais já somam cerca de R$ 40 bilhões e novas medidas estão a caminho. A reforma do ICMS, com a proposta de uniformização de alíquotas em 4% num prazo de 12 anos, será encaminhada ainda no apagar das luzes de 2012. Dois fundos, de Desenvolvi­mento Regional e de Compen­­sação, virão atrelados no projeto, bem como a troca de indexador de dívida dos Estados. O ministro Guido Mantega, durante o anúncio das medidas, disse que a alta carga tributária e os juros altos são “dois malefícios, duas faces da mesma moeda”. E prometeu combate sem trégua a esses problemas. 

 

Ao menos no campo dos juros o retorno já vem sendo sentido. Bancos públicos e privados engajaram-se na cruzada do governo e recuaram o percentual de suas taxas, aliviando tomadores de empréstimos e clientes em geral. Para aumentar o fôlego da iniciativa privada estão sendo pensadas reformas em diversas áreas – da logística de transportes ao investimento no setor de energia, que, recentemente, apresentou casos sucessivos de blecaute por todo o País. O mais importante nessa safra de decisões é verificar que as autoridades estão se movimentando para uma mudança de cenário e a confirmação de que o Brasil, dessa vez, avançará firme na rota do desenvolvimento e da estabilidade. O grande teste de consistência da economia começou.