14/02/2014 - 6:30
Poucos mercados são tão agressivos na busca e fidelização dos clientes como o de cartões de crédito. Cada vez mais, o dinheiro de plástico vem atraindo o consumidor tanto pela facilidade quanto pelos benefícios oferecidos pelas operadoras. A despeito do crescimento dos últimos anos, entre as diferentes faixas da população ? de R$ 266 bilhões em 2007, as transações com cartões chegaram a cerca de R$ 848 bilhões no ano passado ?, as operadoras ainda se ressentem da pouca penetração entre os consumidores de alta renda, considerados um nicho subaproveitado. Uma pesquisa da Visa, a líder mundial dessa indústria, mostra que o tíquete médio dos usuários com renda mensal acima de R$ 20 mil é de apenas R$ 1.333.
Volta ao básico: a empresa vai trabalhar junto aos bancos
para aprimorar a concessão de crédito
?É muito pouco para esse público?, afirma o vice-presidente de produtos da subsidiária brasileira da Visa Inc., Percival Jatobá. ?Esses clientes, apesar do alto poder de consumo, ainda representam uma pequena parcela de nosso faturamento, inferior a 50%.? Com receita de US$ 11,7 bilhões em 2013, a Visa Inc. detém o direito de uso da bandeira em todos os países do mundo, com exceção dos da União Europeia, onde opera a Visa Europa. Pensando em aumentar a utilização e fidelizar o grupo de consumidores abonados, a empresa vai lançar uma nova campanha de marketing, a partir do domingo 16, para mostrar o que os produtos destinados a esse público podem oferecer.
Para a alta renda, a Visa tem dois produtos, o cartão Visa Infinity e o Visa Platinum, que concorrem diretamente com o Mastecard Black, que oferece benefícios semelhantes. Com eles, o usuário pode, por exemplo, alugar um veículo para cruzar o deserto do Saara. ?As bandeiras já desenham produtos e abordagens para atrair esse público, que é o filé-mignon do setor?, diz Boanerges Ramos Freire, da consultoria financeira Boanerges & Cia. Segundo a Visa, nos últimos quatro anos o mercado brasileiro de meios de pagamento cresceu, em média, 21% ao ano. No mesmo período, os produtos destinados ao público de alta renda aumentaram, dentro da companhia, cerca de 60%.
?A expectativa é de que a fidelidade se transforme em faturamento dentro da Visa?, diz Jatobá. A preocupação é procedente. O executivo afirma que o Brasil é o segundo maior mercado da bandeira no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Além de mostrar as vantagens propiciadas pelos serviços disponíveis nessa faixa, a Visa vai trabalhar junto aos bancos para que esse cliente seja atendido na função original do cartão: a concessão de crédito. ?O portador quer o essencial e, por isso, há um trabalho junto aos nossos parceiros para que o crédito, por exemplo, jamais seja bloqueado na hora de uma compra.?