09/04/2003 - 7:00
Luigi Papaiz passou os últimos 50 anos construindo a maior empresa de fechaduras do País. Agora decidiu passar a chave da Papaiz aos filhos. A segunda geração assume em bloco: Sandra, Paolo e Roberta ? que repassou o bastão para o marido Ricardo Franco ? terão poderes iguais. Sandra, a filha mais velha é a mais experiente. Fez ?estágio? em todas as áreas da empresa. Aos 24 anos, sem falar uma palavra de alemão, foi vender produtos em Frankfurt e levou o irmão de 17 anos a tiracolo. Em 1990, se afastou da empresa e foi para o mercado de trabalho. Voltou em janeiro para assumir a parte administrativa. A área industrial fica com Paolo e Ricardo, com a comercial. ?Somos um triunvirato?, diz Sandra. ?Definimos essa estrutura com base no perfil de cada um.? Na teoria, o modelo de sucessão merece aplausos: não há saída mais justa. Na prática, tem seus riscos. ?Na falta do presidente, os herdeiros têm de tomar cuidado para não dividir a companhia em feudos?, afirma o consultor Renato Bernhoeft.
Foi assim por exemplo no Pão de Açúcar. Enquanto Alcides
e Abílio Diniz tinham poderes iguais, a empresa passou por dificuldades. Até Abílio assumir o negócio e transformá-lo em
líder incontestável do setor. Os modelos de poder igualitário costumam durar pouco. Um executivo ? herdeiro ou não ? tem de assumir os riscos. Começam aí as brigas.
Na Papaiz, por enquanto, reina a paz. E os herdeiros garantem
que continuará assim. Como Luigi ainda dá as cartas, o trio está preocupado em cumprir as metas de crescimento. Em 2002, o faturamento foi de R$ 110 milhões. ?Este ano, vamos superar os
R$ 160 milhões?,diz Paolo. A próxima meta é dobrar as exportações. ?Hoje, 15% das receitas vêm do exterior?, afirma Franco