Apanhe um pequeno vidro de perfume Chanel nº 5. Retire o rótulo e qualquer evidencia de seu nome na embalagem. Tente vendê-lo. Você até pode conseguir, mas o preço será muito inferior ao do original. A marca faz a diferença. Por isso ela é considerada um ativo importantíssimo de qualquer empresa. A Interbrand, uma das maiores consultorias especializadas no assunto, desenvolveu um método de cálculo do valor de uma marca ? e com ele elabora o ranking das marcas brasileiras mais valiosas publicado pela DINHEIRO. O primeiro passo é calcular a projeção de lucro para os próximos cinco anos, a mesma base utilizada para definir o valor de uma empresa, o chamado fluxo de caixa descontado.

A questão seguinte é: qual a contribuição da marca no valor total da empresa? Para chegar a essa resposta, a Interbrand analisa os atributos que levam um consumidor a escolher determinada marca: o acesso, a qualidade, o design, entre outros. Com isso, chega-se a um índice do papel da marca na escolha. Para perfumes, por exemplo, ele pode superar 90%. No caso de químicos, chega a ser inferior a 10%. Esse percentual é o pedaço do preço total da empresa que corresponde ao valor da marca. A etapa derradeira é aplicar uma taxa de desconto para trazer o valor para patamares atuais. Como a metodologia parte dos resultados financeiros da empresa, qualquer decisão de negócio ou mudança no ambiente econômico pode afetar o valor da marca. Abaixo alguns fatores que contribuíram para o crescimento nesse valor no ranking das 15 marcas mais valiosas.

NO TOPO DO RANKING
As 15 marcas mais valiosas e os principais fatores de valorização

MARCA

Valor em 2005
(Em US$ Milhões)

Crescimento
(Em relação
a 2004)

Por que se valorizou

Itaú

1.342

11%

Reforçou o atendimento às empresas com a união com o BBA
Criou uma financeira própria, a Taií, e aumentou de participação no Credicard

Bradesco

859

4%

Registrou um lucro de US$ 3 bilhões
Ampliou a rede de agências com o Banco Postal

Banco
do Brasil

601

16%

Conquistou uma carteira de R$ 240 milhões de pequenas e médias empresas
Incluiu quatro milhões de correntistas em 2004

Natura

573

7%

Ampliação e fidelização da rede de revendedoras
Abertura da primeira loja em Paris, a capital mundial dos perfumes

Skol

562

10%

Inovação junto ao público jovem (Skol Beats, Skol Big Neck)
Investimentos na rede de distribuição

Petrobras

554

14%

Receita líquida superou R$ 100 bilhões pela primeira vez
O preço do petróleo registrou forte alta em 2004

Brahma

416

18%

Deslanchou o processo de internacionalização da marca
Reconquistou Zeca Pagodinho como garoto-propaganda.

Gol

326

O sucesso na abertura de capital foi maior do que o esperado
Aumentou sua participação de mercado para 24%

Unibanco

235

6%

Reforço no crédito para pessoas físicas com a compra do Hipercard
Realizou importantes operações corporativas com Embraer, Volks, etc

TAM

230

Criação do e-TAM, portal para venda de passagens, que reduziu custos
Ganhou mercado com a crise da Varig

Vivo

218

Aumento da base de aparelhos pós-pagos, mais rentáveis do que os pré-pagos
Bom crescimento na região de São Paulo, maior mercado do País

Antarctica

214

12%

O guaraná não sentiu a pressão de outros concorrentes
Beneficiou-se do aumento da fatia da Ambev na venda de cervejas (63% para 68%)

Sadia

189

21%

Reforçou sua imagem de empresa de alimentos e não só de agroindústria
Ampliou sua linha de produtos para atender diversas faixas etárias

Banco Real

187

10%

Consolidou imagem de banco comprometido com questões sociais
O resultado operacional cresceu quase 21% em 2004

Embraer

185

16%

Entregou 148 aeronaves em 2004, contra 101 no ano anterior
O potencial de vendas é bom, pois seus aviões são adequados para 60% dos vôos nos EUA