Quanto vale a Seleção Brasileira? É a pergunta que não quer calar a poucos dias do início da Copa do Mundo. A resposta: US$ 30,8 milhões. A estimativa é de uma respeitada revista britânica, a ?Marketing?. A equipe canarinho divide a quarta posição com o Japão, atrás de Inglaterra (US$ 91,5 milhões), Itália (US$ 55,5 milhões) e França (US$ 47,6 milhões). O fato dos pentacampeões não valerem mais que isso é retrato do amadorismo com que o futebol profissional é tratado no País. O Japão aparece com destaque porque empresários e dirigentes souberam transformar o futebol no Oriente em atividade profissional. O cálculo não é resultado do valor estimado de cada jogador, e sim das possibilidades de propaganda com a marca do Brasil. Apenas Ronaldinho Gaúcho, segundo estimativa da consultoria alemã BBDO, faz movimentar negócios na casa dos US$ 56,4 milhões em propaganda. Ronaldo atrai outros US$ 35,3 milhões. Ganharam músculos financeiros depois da transferência para a Europa, em clubes de ponta como o Barcelona e o Real Madrid. São garotos-propaganda inescapáveis. A presença deles no grupo de Parreira é catalizadora. ?Desde que assinamos contrato com o Brasil, a imagem global da Nike não pára de crescer?, diz Ingo Ostrovski, diretor de comunicação da empresa. A Nike, patrocinadora oficial, renovou contrato com a CBF até 2018. Pagará US$ 12 milhões anuais, além de US$ 6 milhões a cada novo título.

Pode-se medir o entusiasmo da Nike por meio de um outro levantamento. O instituto Global Sponsors, também da Inglaterra, calculou o poder de atração das equipes nacionais em ano de Copa. O resultado foi obtido por meio de entrevistas com profissionais de marketing das 500 maiores empresas do mundo. Nesta listagem, o Brasil aparece em primeiro lugar, seguido de França, Inglaterra, Portugal e Itália. Cabe a indagação: se é o país mais atraente, porque não é o que pode cobrar mais, como fazem os ingleses? Certamente pelo descaso com que o rótulo é trabalhado, sem iniciativas que fortaleçam a marca. Ainda assim, há interesse movido pela qualidade do futebol. ?A combinação sul-americana de estilo e paixão de jogo dos brasileiros cria uma equipe que o público admira?, diz Michael Stirling, dono da Global Sponsors. ?Nossos clientes reconhecem a oportunidade que esse tipo de patrocínio traz e querem se ligar ao negócio?. É aposta boa, pelo menos até que o apito soe para o Brasil em 13 de junho, diante da Croácia. A Kentaro Group, a empresa de marketing esportivo que levou a Seleção para a cidade suíça de Weggis, primeira parada rumo à Alemanha, arrecadará US$ 12,4 milhões com a presença do escrete no outrora pacato vilarejo ao pé dos Alpes.

NEGÓCIOS DA COPA

Copa no aquário

Não há limites para a imaginação em busca de publicidade. Começou na semana passada em Yokohama, no Japão, a Copa do Mundo de peixes ornamentais. O jogo inaugural (foto) foi entre Brasil e Japão. Cada bichinho tem as cores do país que representa. O torneio repete as chaves do Mundial na Alemanha.

 
A chuteira de Zé Roberto

A Adidas desenvolveu 32 chuteiras para o Mundial, nas cores da seleções da Copa. No Brasil, quem vai calçá-la é o meia Zé Roberto, titular de Parreira. É a ?+F50 TUNIT?, cujo molde foi elaborado com o apoio dos próprios jogadores.

 
Gols do bem

O laboratório Merck, Sharp & Dohme (MSD) celebrará o quarto aniversário de um de seus produtos em parceria com a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD). A cada gol marcado pelo time de Carlos Alberto Parreira na competição, a empresa doará R$ 5 mil à entidade. A iniciativa faz parte das ações da Campanha Planeta Esporte, projeto da Sociedade Brasileira de Medicina Esportiva, com o apoio do laboratório.

5 mil é o valor que será destinado à AACD a caga gol brasileiro

 
A dona da marca

Nunca a FIFA foi tão rigorosa com o controle de sua marca e da Copa do Mundo como na Alemanha em 2006. Na semana passada, um tribunal de Sttutgart aprovou a decisão que proíbe empresas que não sejam patrocinadoras do Mundial a mencionar o termo ?Fussball 2006?. Aqueles que infringirem a determinação serão levados aos tribunais.