22/10/2003 - 8:00
No setor de entregas expressas quem dá as cartas são empresas bilionárias como DHL ou Fedex, com suas frotas imensas de aviões e veículos, marketing agressivo, estrutura gigantesca e uma carteira de clientes invejável. Sendo assim, qualquer novata que tente se aventurar nesse mercado corre o sério risco de não passar dos primeiros meses de atividade. A não ser que a estreante faça algo diferente. Pois a SkyPostal, nanica que fatura US$ 2 milhões e nasceu há dois anos nos Estados Unidos, fez. Repetiu, no ramo de entregas expressas, o que empresas como JetBlue ou Gol adotaram no setor aéreo: baixo custo e conseqüente tarifa reduzida. O preço dos serviços da SkyPostal, em média 40% menor que o das concorrentes, só é possível graças a uma operação enxuta. Frota de aeronaves e veículos? Nem pensar. Ao invés de gastar milhões com isso, a companhia atua em parceria com operadoras terceirizadas como a LanChile. Para captar as encomendas, usa agências de viagem, que embolsam comissão média de 10% do valor. ?Isso nos permite prestar serviços típicos de courier com tarifas competitivas em relação ao trabalho convencional?, justifica Alberto Javier Hernandez, diretor de operações da SkyPostal. É com essa fórmula que a companhia desembarca no Brasil. Por aqui, vai bater de frente com a Empresa de Correios e Telégrafos (ECT).
A disputa não se dará no segmento de cartas e telegramas, que é monopólio estatal. A idéia é brigar no nicho de envio de volumes com até 32 quilos (mostruários, peças de reposição, catálogos, por exemplo), principalmente para a América Latina e os EUA. Essa arena é dominada pela ECT que já arrecadou, neste ano, R$ 20 milhões com o serviço. Pouco para quem fatura R$ 5,6 bilhões, mas o bastante para as ambições da SkyPostal. Para ganhar musculatura a companhia firmou acordo de cooperação com a agência de turismo Fly Tour, o hotel Blue Three Towers e até mesmo com a rival Vaspex. ?Até 2007 deveremos estar faturando US$ 82 milhões no mundo e US$ 8 milhões no Brasil?, estima Paulo Portes, sócio-diretor da subsidiária.