12/03/2003 - 7:00
Poucos negócios dão tanto dinheiro no Brasil como os bancos. Mas a maior instituição financeira do País resolveu buscar uma nova fonte de renda em outra praia menos badalada: a do turismo. Há 20 anos, o Banco do Brasil abriu uma agência para vender pacotes de viagem aos seus funcionários. Como tudo que ocorre no BB, o negócio ganhou uma escala gigantesca. A BB Turismo passou a prestar serviços para empresas, abriu 85 pontos de atendimento e se tornou a terceira maior agência do País. Só no ano passado, faturou R$ 400 milhões. Embora ganhe muito mais dinheiro com atividades financeiras, o BB quer aumentar também sua aposta na indústria do lazer. Desde dezembro, a BB Tur abriu suas portas para o grande público.
O BB acredita que pode se dar bem mesmo depois da quebra de uma das maiores operadoras de turismo do País, a Stella Barros. Sua principal estratégia será buscar os 13 milhões de correntistas do banco ? um número alto, levando em conta que 43,4 milhões de brasileiros viajaram dentro do País no ano passado. ?É um universo enorme de pessoas?, diz José Alípio dos Santos, presidente do BB Tur. ?Se conseguirmos um pequeno percentual desse pessoal daremos um salto enorme.? Para atrair a nova clientela, a BB Tur acaba de lançar um site de vendas pela internet e criar uma central de atendimento telefônico. Além disso, seus 85 postos de atendimento que antes eram voltados para as empresas agora serão abertos a qualquer consumidor.
Ao abrir seu foco de atendimento, a BB Tur diz que poderá aumentar seu faturamento em 10%, apenas no primeiro ano de atividades. Ou seja, em 2003 quer ganhar R$ 40 milhões com pacotes de viagens para turistas comuns, um salto e tanto para um iniciante na especialidade. Seu principal atrativo será o poder de barganha: como negocia grandes pacotes com operadoras como TAM Viagens e CVC, a BB Tur poderá oferecer preços melhores aos viajantes. ?Vamos oferecer pacotes com juros mais baixos para nossos clientes?, diz Santos. Se tudo der certo, o BB terá um ganho adicional além dos R$ 40 milhões. Segundo analistas, a ampliação dos serviços do banco para outras áreas ajudará a instituição a crescer ainda mais. ?É uma tendência internacional dos bancos fincarem suas bandeiras em outras áreas, até como forma de fidelizar seus clientes?, diz Carlos Coradi, da EFC Consultores. 
