O presidente americano, Barack Obama, concluiu sua breve visita à Jamaica nesta quinta-feira e partiu com destino ao Panamá, onde participará da Cúpula das Américas, que terá o descongelamento das relações com Havana como um de seus principais temas.

O Air Force One, avião presidencial americano, decolou do aeroporto Norman Manley, em Kingston, levando a bordo o presidente Obama, que poderá ter se encontrar frente a frente com o colega cubano, Raúl Castro, no Panamá.

Durante a visita de menos de 24 horas à Jamaica, Obama esteve na antiga casa de Bob Marley e foi perguntado por um rastafári, usando o típico penteado “deadlock”, sobre a legalização da maconha.

Em um evento na prefeitura de Kingston, o participante Miguel Williams, exibindo um bracelete com a inscrição “Rasta4life”, dirigiu-se ao chefe de Estado americano.

Impassível diante das risadas da plateia, Williams defendeu sua posição sobre a legalização e a descriminação da indústria da canábis e da maconha.

A fé rastafári inclui o consumo ritual de maconha.

“Como não imaginei que fariam esta pergunta?” – retrucou Obama, em tom de brincadeira. “Bem”, prosseguiu, com um suspiro, há a questão da legalização da maconha e, então, existe a questão da descriminação ou de lidar com o aprisionamento e, em alguns casos, a devastação de comunidades como consequência de delitos não violentos relacionados com a droga”, disse Obama.

“Acredito firmemente que o caminho que seguimos nos Estados Unidos na chamada ‘guerra às drogas’ foi tão forte em enfatizar o aprisionamento que acabou sendo contraprodutivo”.

Mas, sobre a questão de se os Estados Unidos deveriam, nas palavras do músico Peter Tosh, “legalizá-la”, Obama foi mais circunspecto. “Eu não prevejo que a curto prazo o Congresso vá mudar a legislação em caráter nacional”.